Justiça britânica considerou que empresa tinha conhecimento dos riscos de rompimento desde 2014, um ano antes do colapso

(Lucas Prates)
A BHP Billiton, empresa controladora da Samarco, pretende recorrer da decisão da Justiça inglesa que a considerou responsável pelo rompimento da barragem em Mariana, na região Central de Minas. Nesta terça-feira (14), a corte britânica afirmou que a empresa tinha conhecimento dos riscos de colapso desde 2014.
Por nota, a BHP destacou que as medidas tomadas no Brasil “são o caminho mais efetivo para uma reparação integral às pessoas atingidas e ao meio ambiente”. Além disso, a mineradora garantiu que seguirá com sua defesa no caso britânico.
A empresa detalha que, desde 2015, aproximadamente 70 bilhões de reais foram pagos diretamente às pessoas da Bacia do Rio Doce e direcionados às entidades públicas no Brasil. Mais de 610 mil pessoas receberam indenização, incluindo aproximadamente 240 mil autores na ação do Reino Unido que outorgaram quitações integrais.
“A corte inglesa confirmou a validade dos acordos celebrados, o que deverá reduzir significativamente o tamanho e o valor da ação em curso”, diz trecho da nota.
A mineradora relata ainda que a BHP Brasil, junto à Vale e à Samarco, “continua empenhada na implementação do acordo firmado em outubro de 2024, o qual assegurou um total de R$ 170 bilhões para os processos de reparação e compensação em curso no Brasil”.
A justiça do Reino Unido decidiu nesta sexta-feira (14) que a mineradora BHP é responsável pelo rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, região Central de Minas. O julgamento ocorreu em Londres, no Reino Unido. A decisão cabe recurso.
A ação é movida pelo escritório internacional Pogust Goodhead, em nome de cerca de 620 mil pessoas afetadas pelo rompimento da barragem. O escritório busca indenizações que podem chegar a 36 bilhões de libras (cerca de R$ 266 bilhões).
O tribunal considerou que o colapso da barragem foi causado por negligência, imprudência e/ou falta de habilidade da BHP. Conforme o escritório, a corte constatou evidências “esmagadoras” anteriores ao colapso de que a barragem era instável e que o risco de liquefação e colapso era previsível e evitável.
"A BHP tinha conhecimento de defeitos graves e sinais claros de alerta desde pelo menos agosto de 2014, mas não implementou medidas corretivas adequadas e, em vez disso, continuou a elevar a barragem, causando o colapso", descreve o Pogust Goodhead.
Agora, um segundo julgamento vai definir quais serão os valores destinados como reparação para os 620 mil demandantes na ação do tribunal inglês. A previsão é que um novo julgamento aconteça em outubro de 2026.
A BHP informa que pretende recorrer da decisão da corte britânica e reforça o compromisso da BHP Brasil com o processo de reparação no Brasil e com a implementação do Novo Acordo do Rio Doce.
A BHP Brasil, junto à Vale e Samarco, continua empenhada na implementação do acordo firmado em outubro de 2024, o qual assegurou um total de 170 bilhões de reais para os processos de reparação e compensação em curso no Brasil.
Desde 2015, aproximadamente 70 bilhões de reais foram pagos diretamente às pessoas da Bacia do Rio Doce e direcionados às entidades públicas no Brasil. Mais de 610 mil pessoas receberam indenização, incluindo aproximadamente 240 mil autores na ação do Reino Unido que outorgaram quitações integrais. A Corte inglesa confirmou a validade dos acordos celebrados, o que deverá reduzir significativamente o tamanho e valor da ação em curso.
A BHP continua confiante de que as medidas tomadas no Brasil são o caminho mais efetivo para uma reparação integral às pessoas atingidas e ao meio ambiente e seguirá com sua defesa no caso britânico.
Leia mais: