risco de extinção

Biólogos do Zoo de BH trabalham para incentivar reprodução de borboleta rara vista em Brumadinho

Raíssa Oliveira
raoliveira@hojeemdia.com.br
Publicado em 30/05/2022 às 07:00.
 (Suziane Brugnaria)

(Suziane Brugnaria)

Biólogos do Zoológico de Belo Horizonte, na Pampulha, querem incentivar a reprodução de uma de borboleta rara, encontrada na área em recuperação ambiental do rompimento da barragem em Brumadinho, na região metropolitana. A espécie de asas escuras com tênues detalhes rosados consta na lista de alerta internacional para risco de extinção. 

O crescimento urbano e as atividades rurais, que afetam diretamente as matas em que a borboleta se abriga, estão entre as principais causas para a ameaça de extinção. 

O trabalho será feito no Borboletario. O objetivo é recolher matrizes da espécie Parides burchellanu - popularmente conhecida como "Ribeirinha" - e proporcionar uma reprodução assistida, de forma a auxiliar a reintrodução na natureza. 

"Apesar de muitas vezes menosprezada, sobretudo quando ainda são lagartas, as borboletas são extremamente importantes para a polinização das flores, reprodução das espécies vegetais e a manutenção da biodiversidade das florestas e do ambiente", explica a bióloga da Educação Ambiental da Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte (FZB-BH), Gislaine Xavier.

Além de Brumadinho, há registros do animal apenas na região da Serra da Canastra e Planaltina (DF). A espécie costuma ser encontrada em locais com sombra, muita água – como riachos e córregos – e uma planta trepadeira chamada "papo-de-peru" ou "jarrinha", essencial para a alimentação da borboleta na fase em que ainda é uma larva.

Monitoramento
A borboleta também está na mira de uma pesquisa liderada por especialistas da UFMG, em parceria com biólogos da mineradora Vale. Em abril deste ano, integrantes do grupo percorreram uma área de 115 km², em Brumadinho, e encontraram cinco populações da "Ribeirinha", sendo três áreas documentadas pela primeira vez. 

Até o momento, a pesquisa identificou cerca de 60 indivíduos, sendo que 56% eram machos e jovens, dado importante uma vez que cada fêmea pode acasalar mais de uma vez e com parceiros diferentes.

O Borboletário de BH é aberto ao público e promete proporcionar ao visitante uma experiência única. (Suziane Brugnaria)

O Borboletário de BH é aberto ao público e promete proporcionar ao visitante uma experiência única. (Suziane Brugnaria)

Preservação 
Atualmente, o Borboletário da capital abriga 11 espécies diferentes de borboletas. Somente em abril deste ano, a instituição registrou cerca de 2,8 mil nascimentos. Em média, o espaço possui 600 indivíduos em uma área de 100 metros quadrados e cinco metros de altura. 

O espaço possui ainda um laboratório, onde são mantidas as formas juvenis das borboletas – ovos, lagartas e pupas – e um viveiro para a produção de plantas, onde são cultivadas espécies que servem de alimento. A ideia é que o local proporcione um abrigo semelhante ao ambiente natural das espécies. 

Aberto ao público, o Borboletário é um importante espaço para o desenvolvimento de ações de educação ambiental voltadas para a conservação da fauna. Em média, o local recebe cerca de 5 mil pessoas por mês. 

O Borboletário fica aberto de terça a domingo, das 9h às 11h30 e à tarde, das 13h30 às 16h. Às quartas e sextas-feiras o espaço é reservado para grupos por agendamento. O endereço é avenida Otacílio Negrão de Lima, 8.000, Portaria I. A tabela com preços de ingressos para o Jardim-Zoológico pode ser acessada no site da PBH.

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