Bombeiros encerram buscas por corpo de operário soterrado durante tragédia em Itabirito

Alessandra Mendes - Hoje em Dia*
25/09/2014 às 15:07.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:21
 (Guilhermino/Divulgação)

(Guilhermino/Divulgação)

As buscas pelo corpo do operário que foi soterrado durante o acidente com uma barragem de rejeitos de minério, em Itabirito, na região Central, serão encerradas nesta quinta-feira (25). O trabalho dos bombeiros se estendeu por 16 dias, mas os restos mortais do funcionário da Herculano Mineração não foram localizados. Segundo a corporação, além de terem sido esgotadas as possibilidades de buscas, a área que está sendo vasculhada é muito instável e gera risco para os militares.   Desde que a barragem B1 cedeu, na manhã do dia 10 de setembro, os bombeiros trabalham para localizar as vítimas. O corpo do topógrafo Reinaldo da Costa Melo, de 69 anos, que é funcionário terceirizado da mineradora, foi o primeiro a ser encontrado. Pouco depois foi localizado o corpo do motorista Cristiano Fernandes Silva, de 32 anos, que dirigia um caminhão que foi soterrado.   As buscas pelo operador de retroescavadeira Adílson Aparecido Batista, de 44 anos, prosseguiram sem sucesso. A hipótese levantada pelo Corpo de Bombeiros é que ele tenha saltado da retroescavadeira na hora do deslizamento, já que a máquina foi encontrada e o funcionário não. O corpo do operário pode ter sido arrastado para qualquer local para onde o rejeito vazou, uma área que seria do tamanho de cerca de 30 campos de futebol, com profundidade variável de 1 a 5 metros.   Plano Emergencial será apresentado   Além da interrupção das buscas pelo operário Adilson Aparecido Batista, o Corpo de Bombeiros determinou a paralisação de todas as atividades de recuperação e manutenção da barragem B3 até a próxima terça-feira (30). A informação foi divulgada, nesta quinta-feira (25), pela Herculano Mineração Ltda.    De acordo com a empresa, nesta terça-feira, será apresentado um “plano de trabalho global das obras emergenciais”, que incluirá medidas adicionais de segurança abrangendo todo o complexo de barragens e que previnam possíveis riscos envolvidos nessas obras.    A determinação foi comunicada pelo Corpo de Bombeiros aos participantes da reunião realizada na manhã desta quinta-feira, com a presença do Núcleo de Emergências Ambientais (NEA) da Secretaria de Meio Ambiente de MG - SEMAD, do DNPM, da Defesa Civil e da Secretaria de Meio Ambiente de Itabirito e da direção e técnicos da empresa.    Conforme a Herculano, os bombeiros determinou a interrupção dos trabalhos imediatamente diante da constatação dos riscos potenciais que ainda existem no local das barragens, verificados nos recentes estudos ambientais feitos pela Brandt Ambiental e que seriam agravados com o início do período de chuvas. A Herculano, por sua vez, alegou que está adotando novas rotinas de segurança diante da possibilidade de chuvas.   A Herculano Mineração comprometeu-se também a acatar todas as recomendações dos órgãos presentes à reunião e irá providenciar, dentro do prazo fixado, a adequação às novas exigências do Plano de Emergência.   De acordo com a Herculano Mineração, um estudo preliminar da consultoria Brandt Meio Ambiente mostrou que canais subterrâneos, originários de um fenômeno geológico raro, conhecido como “inversão de relevo”, podem ter sido a origem do rompimento da barragem B1 da mina, em Itabirito.    Em razão dos estudos, a consultora assegura que não há qualquer risco para as pessoas que residem nos condomínios localizados próximos à referida área da Herculano Mineração.     Bloqueio   A empresa Herculano Mineração teve os bens bloqueados pela Justiça conforme decisão publicada nesta terça-feira (23). O bloqueio dos bens da empresa e dos sócios foi pedido pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), sob a justificativa de que é preciso garantir que a empresa tenha como arcar com os custos de reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem.   A mineradora informou que vai recorrer da decisão. Em nota a Herculano Mineração informou que a manutenção do bloqueio poderá inviabilizar a execução de algumas medidas de emergência e segurança que estão sendo implementadas por orientação dos órgãos de fiscalização.    *Com a repórter Thais Oliveira

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