Bueiro entupido ajuda a submergir a capital mineira

Renato Fonseca - Do Hoje em Dia
01/12/2012 às 11:20.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:58
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

Bastou o primeiro mês da temporada de chuva para o sistema de drenagem de Belo Horizonte ser novamente colocado em xeque. Abarrotadas de lixo, bocas de lobo entupidas contribuem para alagamentos em ruas e avenidas da capital. Por dia, pelo menos 11 toneladas de dejetos são recolhidas dos bueiros da cidade.

Até outubro, garis da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) retiraram 3.300 toneladas de resíduos dos compartimentos para captação de água de chuva. A quantidade corresponde à carga de exatos 825 caminhões.

Aos montes

A falta de manutenção pela prefeitura e de conscientização da população favorecem o acúmulo de lixo.

Plástico, garrafas, papel, vidro, terra e guimbas de cigarro são os materiais que mais comprometem a capacidade de drenagem das 60 mil bocas de lobo do município.

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Em um giro por três regiões da cidade, não foi difícil encontrar exemplos de incivilidade urbana, com lixo espalhado pelas grades e dentro dos bueiros.

Na avenida Bernardo Vasconcelos, próximo ao Minas Shopping, na região Nordeste, sarjetas e grades das entradas de água acumulam sujeira. Este ano, a via foi alagada duas vezes, após chuvas intensas. “É um desrespeito. Quando não é o canal que transborda, são os bueiros entupidos”, diz o servente Vanderlúcio Rocha, de 40 anos.

Até na garoa
 
Nas movimentadas vias próximas ao hospital Odilon Behrens, no bairro São Cristóvão (Noroeste de BH), a situação é ainda pior.

Pilhas de entulho tampam alguns bueiros. Poças se formam e há grossas camadas de barro na rua. “Basta uma garoa e a água já fica represada”, diz a comerciante Maria Gonçalves, de 48 anos, que mora nas imediações da unidade de saúde.

Pedestres também sofrem com a sujeira acumulada nas bocas de lobo. No viaduto da Floresta (Leste de BH), a travessia pelo passeio se torna um desafio a cada chuva.

Com os bueiros entupidos, a água parada se acumula. Quem está a pé leva um banho dos veículos que passam pelo trecho. “Infelizmente, esse é um drama a que já estamos acostumados. Uma vergonha”, diz a aposentada Margarete Gazola, de 60 anos, moradora do bairro.
 
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