Cabo da PM é indiciado por morte de jovem durante festa no bairro Prado

A Polícia Civil indiciou um cabo da Polícia Militar pela morte de um jovem durante uma festa no bairro Prado, na região Oeste de Belo Horizonte. O caso foi apresentado nesta sexta-feira (29), pela equipe do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).   Segundo a Polícia Civil, após análise das imagens de câmeras de segurança, campanas e infiltrações em diversas casas de shows da capital, ficou concluído que o cabo Nedilson Rocha Andrade, de 38 anos, é responsável pelo homicídio de Herick Viriato Parreiras Paulino, de 25. O jovem foi morto na madrugada de 2 de fevereiro deste ano. O crime foi desvendado pela equipe de policiais da Delegacia Especializada em Homicídios Sul.    De acordo com a delegada Ingrid Estevam, que coordenou as investigações, no dia do crime, os envolvidos estavam em um show quando a vítima, por acidente, esbarrou em uma mulher que acompanhava Nedilson. O indiciado pensou que a vítima estaria ‘cantando’ sua acompanhante. Os dois iniciaram uma discussão que evoluiu para agressões físicas. Os seguranças do estabelecimento apartaram a confusão e encaminharam os envolvidos, de forma individual, para fora da casa de show, iniciando pelo PM. Nesse momento, o suspeito se identificou como policial.     Ainda conforme a delegada, logo em seguida, Herick também foi conduzido pelos seguranças. Enquanto caminhava em direção a seu carro, a vítima começou a descrever para o amigos o que havia acontecido. O indiciado então voltou e disse “cala a boca, você ainda está falando?”. O irmão da vítima se desculpou tentando evitar outra confusão. Ainda assim, o indiciado sacou a arma, uma pistola calibre 380, e efetuou um disparo contra a vítima, que o atingiu no ombro. Ele ainda tentou correr, mas foi atingido várias vezes pelas costas. Já caído ao chão, Nedilson continuou atirando.    O inquério aponta que o irmão da vítima tentou intervir, mas foi impedido pelo autor que apontou a arma em sua direção. Depois de andar alguns metros, o indiciado ainda retornou e efetuou outro disparo contra a vítima. Foram 11 tiros no total. Herick foi socorrido pelo irmão e pelos amigos, mas já chegou morto ao hospital.   O indiciado se apresentou à Polícia, confessou o crime e entregou a arma utilizada na ação. No entanto, Nedilson alega que foi ameaçado pela vítima. A versão apresentada pelo cabo, de acordo com as investigações, não coincide com as imagens colhidas na região do crime. Nedilson irá responder por homicídio duplamente qualificado e a delegada responsável pelas investigações irá ainda representar pelo afastamento do policial da função pública desempenhada.