(Flávio Tavares)
O número de multas aplicadas por infrações no trânsito em Minas Gerais em 2013 teve uma ligeira queda em comparação com 2012. Foram registradas, no ano passado, 3,457 milhões de infrações, contra 3,741 milhões no período anterior. Um recuo que, em tese, poderia significar um grande passo da luta pela educação no trânsito. Mas representa, na verdade, um “treinamento” do condutor, que ainda anda à margem da legislação.
“Os motoristas, ao serem multados pela primeira vez em um determinado local, passam a respeitar as regras impostas ali. Isso não significa que ele não ande acima da velocidade permitida, faça ultrapassagens proibidas e cometa outras irregularidades em outros locais”, afirmou o chefe do Instituto de Criminalística da Polícia Civil, Marco Paiva. Ele participou de um estudo recente que mostrou que grande parte das multas são provenientes de radares ou lombadas eletrônicas, dispositivos que passam a ser evitados pelos condutores.
“Além disso, através de aplicativos para celular, programas de GPS e até nas redes sociais, é possível se informar sobre os locais de fiscalização eletrônica e presencial, o que facilita a fuga dos infratores”, explicou Paiva. Comportamento que evidencia que o objetivo final, que é a educação no trânsito, não foi alcançado.
Outro ponto questionado pelo especialista é o total de multas aplicadas, considerado muito alto. “Apesar da redução, o volume de infrações ainda é absurdo. A punição deveria ser para situações excepcionais e não rotineiras”, afirmou o chefe do Instituto de Criminalística.
Contrariando a tendência global, algumas infrações registraram aumento entre 2012 e 2013. É o caso dos condutores flagrados dirigindo sem cinto de segurança, que subiu 17%, de motoristas que estavam sem carteira ou permissão para dirigir (mais 5%) e de veículos estacionados em locais ou em horários proibidos (mais 4%).