Pesquisa da UFMG

'Calçado repelente' contra picada do Aedes aegypti está prestes a chegar ao mercado

Com duração de até 4 meses, produto pode ser aplicado em calçados, uniformes, acessórios domésticos e móveis

Do HOJE EM DIA
portal@hojeemdia.com.br
30/06/2025 às 15:56.
Atualizado em 30/06/2025 às 16:39
Dos 100 pares fabricados para cada uma das cidades, 50 foram tratados com repelente e 50 eram placebos (sem repelente) (InnoVec / divulgação UFMG)

Dos 100 pares fabricados para cada uma das cidades, 50 foram tratados com repelente e 50 eram placebos (sem repelente) (InnoVec / divulgação UFMG)

Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), identificaram um repelente capaz de proteger pessoas e ambientes por até quatro meses de picadas de mosquitos que transmitem dengue, zika e chikungunya. Inicialmente testado em revestimento de calçados, o produto mostrou resultados superiores em testes realizados no Brasil e na Tanzânia.

Após 24 meses de testes na pesquisa na UFMG, foram realizados experimentos de campo para avaliar dois protótipos de calçados repelentes, um masculino e outro feminino. De acordo com a universidade, os voluntários avaliaram a eficácia para rechaçar o mosquito Aedes aegypti – que transmite os vírus da dengue, da chikungunya e da zika – em Belo Horizonte e o Anopheles darlingi – transmissor da malária – em Porto Velho, capital de Rondônia. 

Dos 100 pares fabricados para cada uma das cidades, 50 foram tratados com repelente e 50 eram placebos (sem repelente). Os resultados demonstraram que os calçados apresentaram repelência de 74% para o Aedes aegypti e 84% para o Anopheles darlingi (malária), taxas superiores às estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Denominado Repeltex®, o repelente, segundo a universidade, chegará ao mercado em breve e é móvel, não tem cheiro, não requer eletricidade e pode ser aplicado em diversos tecidos, que servem de matriz de liberação. Inicialmente focado em calçados repelentes, o projeto agora abre caminho para diversas outras aplicações, como uniformes, acessórios domésticos, móveis e itens de decoração.

"Nosso objetivo é proteger não apenas a pessoa, mas também o ambiente doméstico de forma contínua e segura, evitando picadas de mosquitos e, consequentemente, reduzindo o risco de transmissão de doenças", afirma Álvaro Eiras, sócio-fundador da InnoVec, startup responsável por colocar o repelente no mercado. 

A InnoVec deu sequência aos estudos realizados desde 2016 pela universidade, no Laboratório de Inovação Tecnológica e Empreendedorismo em Controle de Vetores (Lintec), do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), sob a liderança do professor e pesquisador Álvaro Eiras.

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