Cálculo estrutural de cinco viadutos de BH sob suspeita

Alessandra Mendes - Hoje em Dia
24/07/2014 às 07:47.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:30
 (Luiz Costa/Hoje em Dia)

(Luiz Costa/Hoje em Dia)

Diante da constatação de falhas no projeto executivo da obra do viaduto Batalha dos Guararapes, a Construtora Cowan, que executa obras viárias do BRT/Move na Pedro I, resolveu fazer um pente-fino em todas as edificações erguidas na via. O mesmo especialista que apontou o erro no projeto executivo da construção que cedeu vai refazer todos os cálculos dos demais cinco viadutos erguidos pela empresa na via. Segundo a Cowan, não há indício de problemas em nenhum deles, mas o trabalho será feito por precaução.   “Durante todo o mês estamos fazendo o monitoramento topográfico dos viadutos e não foi identificada nenhuma irregularidade. Mas decidimos fazer essa checagem para atestar a estabilidade”, explicou o engenheiro da Cowan, Paulo Toller. Os viadutos que serão alvos de um estudo detalhado são: João Samarra, Montese, Monte Castelo, Viaduto A, Viaduto B e o alargamento do viaduto da Barragem da Pampulha.   As conclusões sobre cada uma das obras devem ser divulgadas gradativamente, no decorrer dos próximos 30 dias. “São construções com conceitos diferentes, com tamanho e cargas distintos, que não podem ser comparadas. Vamos refazer os cálculos por questão de precaução”, afirmou Toller. Após anunciar em entrevista coletiva que a queda do viaduto, que matou duas pessoas e deixou outras 23 feridas, foi causado por um erro de cálculo, a própria Cowan passou a ser questionada sobre o fato. Como executou uma obra que continha uma falha tão grande? A empresa se defende alegando que não tinha conhecimento de todo o projeto executivo.   “Recebemos o projeto por etapas. Quando estávamos fazendo o bloco que teve o problema na quantidade de aço usada, não tínhamos acesso à parte da carga do viaduto. Não dava pra determinar se ele iria suportar o peso ou não, já que não sabíamos qual seria o peso que viria por cima desse bloco”, contou o engenheiro da Cowan.   Além disso, a empresa que executa a obra não tem obrigação de fazer a revisão dos cálculos do projeto executivo. “No contrato não há nenhum item que obriga a empresa a revisar, verificar e confirmar o projeto recebido”, alega Toller.   O prejuízo com a queda do viaduto é de milhões. O complexo de duas alças, mais o viaduto Montese, a 900 metros do local, foi orçado em R$ 15,5 milhões, fora os aditivos. O trânsito no local foi desviado para ruas vizinhas. 

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