O caminhoneiro Joel Jorge da Silva, de 56 de anos, que atropelou e matou Clayton Bernardes Cabral, de 12, na orla da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, foi indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. O acidente ocorreu em 18 de setembro e, se condenado a pena máxima, o suspeito pode pegar até sete anos de prisão. O inquérito que resultou no indiciamento foi concluído pelo delegado Ramon Sandoli, do Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran/MG), nesta sexta-feira (20). Segundo as investigações, o menino fazia um passeio de bicicleta e foi atingido pela carreta quando o motorista fazia uma manobra de ré. Clayton teve morte no local. Joel Jorge foi acusado de fugir do local sem prestar socorro à vítima, mas ao prestar depoimento no Detran, dois dias após o acidente, ele alegou que não soubesse do atropelamento do adolescente. Na época, ele foi liberado após prestar depoimento, uma vez que já havia passado o período do flagrante. A carteira de habilitação do caminhoneiro foi suspensa pela segunda vez, já que o documento tinha atingido a pontuação máxima anteriormente. Com a conclusão das investigações o inquérito será encaminhado à Justiça. Joel Jorge aguardará pelo julgamento em liberdade.
Foto: André Brant/Hoje em Dia/Arquivo Entenda o caso O acidente ocorreu na noite de 18 de setembro, quando Clayton Bernardes Cabral, de 12 anos, foi atingido pela traseira do caminhão, após o motorista errar o caminho e entrar em uma rotatória na esquina entre a rua Paulo Gustavo do Vale com a avenida Otacílio Negrão de Lima. Clayton teve a cabeça esmagada e morreu na hora. O motorista Joel Jorge da Silva, de 56 ano, deixou o local sem prestar socorro à vítima. O corpo do adolescente foi enterrado no Cemitério Parque da Colina, no bairro Nova Cintra, região Oeste da capital mineira, no dia seguinte. Na hora do atropelamento, Clayton e três amigos, de 11, 14 e 15 anos, andavam de bicicleta e iriam se encontrar com integrantes de um projeto social. Os colegas de Clayton chegaram a anotar a placa da carreta. No entanto, depois da chegada da Polícia Militar, foi constatado que o registro pertencia à uma motocicleta. Os colegas da vítima ainda informaram que avisaram o motorista sobre o acidente, mas, mesmo assim, ele deixou o local. À polícia, motorista informou que não percebeu que atingiu o menino e também que não notou a sinalização de trânsito proibindo o tráfego de veículos de carga pesada na região onde ocorreu o atropelamento. A carreta Volvo de três eixos conduzida por Silva foi localizada a cinco quarteirões do local da tragédia. O veículo com algumas marcas de sangue e massa encefálica foi apreendido para análise, assim como a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) que o motorista tem há 20 anos.