(André Brant)
“Quero saber é como a doença impacta a minha vida, porque eu tenho uma filha, trabalho fora. Que é preciso fazer mamografia a gente já sabe”. Motivada por essa questão, a publicitária Anna Paola Horta Riccio, de 38 anos, interrompeu a caminhada de domingo para informar-se melhor sobre o câncer de mama na Praça JK, no bairro Sion, Zona Sul de Belo Horizonte.
Ontem, o local foi um dos cinco escolhidos pela Unimed-BH para sediar uma ação de conscientização sobre a doença, integrando as comemorações do “Outubro Rosa”, que acontecem na capital e na região metropolitana.
“A campanha serve não apenas para alertar sobre os exames, mas sobre a importância de realizar o diagnóstico precoce, para que a mulher tenha tempo de se tratar. Os procedimentos evoluíram muito e até reconstituir a mama ficou mais fácil”, disse Anna.
Resistência
O que parece óbvio para umas, no entanto, ainda é desconhecido por outras. Segundo a mastologista Patrícia Lauria Bitencourt, que participa da campanha, o medo ainda é o principal entrave para a identificação da doença, já que muitas mulheres evitam fazer o autoexame temendo encontrar algum nódulo nos seios. “Algumas têm medo até da mamografia, porque acreditam que se tiverem câncer certamente vão morrer. Mas não é bem assim. Quanto antes ele for diagnosticado, maiores serão as chances de cura”, afirmou a médica.
Alerta
De acordo com o também mastologista Lúcio Márcio Perri de Resende, responsável pelas orientações na praça Floriano Peixoto, no Santa Efigênia, região Leste, apesar das frequentes campanhas de conscientização, o número de casos de câncer de mama tem crescido em Minas Gerais e atingido mulheres mais jovens.
Estimativas do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) indicam que mais de 5 mil novos casos da doença deverão ser registrados neste ano no Estado, cerca de mil deles somente na capital.
“Algumas mulheres ainda desconhecem o autoexame e ele é de extrema importância, porque, embora não reduza a mortalidade, diminui a morbidade da doença, ou seja, os casos em que é preciso retirar a mama”, aponta Lúcio de Resende.
Para o médico, é importante, também, conversar com o público masculino sobre o assunto, já que, muitas vezes, são os companheiros que notam a presença de nódulos no corpo das mulheres.
Campanha tem ações semanais Ao longo deste mês, a ação da Unimed-BH será repetida todos os domingos, na capital e na região metropolitana, abordando diagnóstico e tratamentos do câncer de mama e esclarecendo dúvidas não apenas do público feminino, mas também dos homens. A campanha acontecerá nas praças Floriano Peixoto (Santa Efigênia), JK (Sion), da Saúde (Grajaú), da Glória (Contagem) e Milton Campos (Betim), das 8 às 11 horas.