Capital levará seis anos para ter frota totalmente climatizada

Raul Mariano
rmariano@hojeemdia.com.br
03/02/2017 às 22:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:41

Enfrentar o calor dentro dos ônibus continuará sendo um desafio para os usuários do transporte coletivo de Belo Horizonte pelo menos até 2022. Dos 2.951 veículos que compõem o sistema municipal, apenas 434 têm ar-condicionado (14,7%). Com a entrada de 500 novos veículos, anualmente, a partir de 2018, serão necessários seis anos para a substituição completa da frota. 

Os cálculos do prazo estimado para que todos os coletivos tenham um sistema de refrigeração são da própria BHTrans. A novidade integra um pacote de mudanças anunciadas na última quinta-feira pelo prefeito Alexandre Kalil.

No entanto, muitas medidas ainda estão cercadas de questionamentos sem resposta. O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) não informou quanto será investido na aquisição dos novos veículos equipados com ar-condicionado. 

Segundo o órgão, não há parâmetros para estimar esses custos no momento. O sindicato também não informou se as melhorias anunciadas poderão impactar no preço das passagens. O valor já foi reajustado em 9% no início do ano, saltando de R$ 3,70 para R$ 4,05.

Expansão
Outra novidade é a criação de novas linhas em regiões periféricas da cidade. No entanto, os bairros contemplados não foram definidos pela BHTrans. A única informação divulgada é que vilas e favelas terão prioridade nessa escolha. 

Táxis
A circulação de táxis nas pistas exclusivas do Move também carece de um maior detalhamento. A medida começará a funcionar em caráter de teste a partir de 6 de março, mas faltam informações sobre as condições de circulação e a forma de fiscalização.

O engenheiro e consultor em transporte e trânsito Osias Baptista Neto explica que o teste será determinante para dizer se o tempo de deslocamento do Move será comprometido com a presença dos táxis. “A ideia do Move é que ele funcione como o metrô, com previsão de tempo para saída e chegada. Se os táxis prejudicarem esse aspecto, o sistema precisará ser repensado pela prefeitura”, explica.

Sobre a contratação de uma empresa para realizar a auditoria nos custos e receitas das concessionárias de ônibus, a prefeitura da capital informou apenas que o edital de licitação ainda não foi publicado.

“O mais importante é ter auditoria com participação popular, porque, em caso contrário, uma caixa-preta é transformada em outra. Afinal, as pessoas pagam a passagem e têm todo o direito de saber como é usado o dinheiro”, ressalta Osias Baptista.

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