Capivaras da Pampulha podem passar por cirurgia para se tornarem estéreis

Danilo Emerich e Thais Oliveira - Hoje em Dia
15/12/2014 às 18:16.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:23
 (Samuel Costa/Hoje em Dia)

(Samuel Costa/Hoje em Dia)

  A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) poderá tornar as capivaras da Lagoa da Pampulha estéreis. A proposta está em estudo e foi apresentada nesta segunda-feira (15), em uma reunião entre vários órgãos e especialistas para resolver a questão dos roedores no cartão-postal da capital mineira.   Segundo a gerente de Vigilância em Saúde da PBH, Maria Tereza da Costa Oliveira, a ideia já foi realizada, com resultado positivo, em Viçosa, na Zona da Mata, e em São Paulo (SP). Um professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV) apresentou a proposta durante a reunião lembrando do sucesso alcançado em sua cidade.    A medida seria a realização de cirurgias de vasectomias nos machos e ligadura de trompas nas fêmeas. “Foi uma medida realizada nestas cidades para o controle da população de capivaras nestes locais. Também temos esse objetivo e isso também pode auxiliar no combate aos carrapatos”, afirmou Maria Tereza.   “Vamos estudar a proposta. Não depende apenas de nós e ainda não há prazo para a realização. É preciso ver a condição de saúde de cada animal, buscar instituições habilitadas para realizar o procedimento, verificar disponibilidade orçamentária, além de ter autorização do Ibama para as cirurgias”, explicou a gerente.   Maria Tereza ainda informou que todas as 46 capivaras capturadas - das aproximadamente 80 existente na lagoa - continuarão sob os cuidados da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, no Parque Ecológico da Pampulha. Outra medida será a intensificação contra a febre maculosa na mesma região, principalmente para carrapatos nos próprios roedores e também em cavalos e cães errantes.   Um treinamento também será intensificado para profissionais de saúde que atendem em unidades da região. O objetivo é a melhor identificação dos sintomas da febre maculosa em humanos.   Para o secretário Municipal de Meio Ambiente e vice-prefeito de BH, Délio Malheiros, a prefeitura está buscando alternativas para resolver o problema. “É um desafio enorme. Estamos consultando especialistas e procurando novas ideias em todos os lados”, afirmou.   Outros órgãos que participaram da reunião foram o Ministério Público de Minas Gerais, o Ibama, Ministério da Saúde e Secretaria Municipal de Meio Ambiente.     Suspensão da remoção das capivaras   De acordo com a promotora Lilian Marota, da Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente, que também participou da reunião, existe um sério risco à saúde da população ao remover totalmente as capivaras do entorno da Lagoa da Pampulha. Segundo ela, o estudo trazido pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) aponta para o eminente problema de infestação dos carrapatos.   “O estudo indica que não é aconselhável a retirada completa das capivaras porque os carrapatos ficam no ambiente e procurariam por outros hospedeiros como seres humanos, cavalos e cachorros”, alertou.    Segundo Lilian, a primeira coisa que foi feita pela UFV também foi a retirada total dos roedores. “Imediatamente foi preciso interditar a universidade porque os carrapatos invadiram até as salas de aulas. Por isso, a nossa preocupação é que o mesmo ocorra em BH e que os carrapatos procurem por outros hospedeiros. A ideia é fazer um controle populacional, mas de forma integrada”.    Para discutir o impasse, na reunião, foi dada a ideia de criar um comitê para acompanhar a situação das capivaras. Por enquanto, informou a promotora, a remoção dos animais está suspensa até a definição do que será feito deles.   Atualizada às 19h23.

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