A Prefeitura de Belo Horizonte terá cinco dias, a partir desta quinta-feira (17), para isolar as capivaras que habitam o entorno da orla da Lagoa da Pampulha. A decisão é da Justiça Federal, que determinou multa diária de R$ 5 mil em caso de descumprimento.
O Executivo confirmou que foi notificado sobre a sentença ao meio-dia. Nesta tarde, representantes da Procuradoria-Geral do Município analisam o teor do documento para saber se podem ou não recorrer da sentença.
A medida tomada pelo desembargador federal Souza Prudente, da 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) atendeu a pedido feito pela Associação Pró-Interesses do bairro Bandeirantes (APIBB), que solicitou que os animais hospedeiros do carrapato-estrela fossem retirado da região.
Em 7 de outubro, o Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF1), em Brasília, já havia determinou a retirada imediata dos roedores, contudo, não havia estipulado prazo.
A situação dos roedores sempre foi alvo de polêmica, mas ficou mais crítica após a morte, em 4 de setembro deste ano, de Thales Martins Cruz, de 10 anos. Ele faleceu vítima de febre maculosa após frequentar o Parque Ecológico da Pampulha. Desde então, o futuro uma batalha judicial foi travada para definir o futuro dos animais.
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Polêmica
A polêmica envolvendo as capivaras da Pampulha se arrasta há anos. A prefeitura tenta retirar os roedores da região e chegou a remanejar os animais para uma área fechada. Porém, após a mortandade dos bichos, no início deste ano a Justiça Federal mandou liberá-los na orla da lagoa.
Na época, 14 animais foram soltos e nenhum apresentava bactéria de febre maculosa. A PBH recorreu e, desde março, batalha para reverter a decisão para voltar a alojar as capivaras na Fundação Zoo-Botânica de BH.
Febre maculosa
Conforme a Secretaria de Estado de Saúde (SES), além de Thales, outras três pessoas morreram em Minas Gerais por causa da doença - dois em Divinópolis e Antônio Dias (1). O balanço do órgão mostra que neste ano 13 casos de febre maculosa foram confirmados no Estado.
Em 2015 seis pessoas faleceram e 18 foram contaminas. A maior incidência de óbitos foi registrado em 2008, quando 10 óbitos ocorreram em decorrência da doença.