(Samuel Costa)
Um grupo de 12 prostitutas que atua no Centro da capital, principalmente na rua dos Guaicurus, teve uma noite de estrela no sábado. Camarim, maquiagem, mimos e troféu, além de muitos flashes, transformaram as “gatas borralheiras” em “cinderelas” durante o Miss Prostituta. O concurso foi promovido pela rede de shoppings populares Uai por meio da Fundação Doimo, vinculada a uma empresa moveleira italiana.
Há dois anos na prostituição, Mara Sena da Silva, de 25 anos, que veio de Vila Velha (ES) para Belo Horizonte há seis meses, foi a vencedora. Como prêmio, ela vai trabalhar como garotapropaganda do shopping Uai e receber R$ 1 mil por mês até dezembro. “Foi a primeira oportunidade que tive na vida”, disse. A jovem cobra R$10 por cinco minutos de programa. O preço é tabelado pelo hotel onde atende.
Público festejou bastante durante o evento (Fotos: Samuel Costa)
Sem grande vibração, o público do shopping parou para assistir ao desfile. O evento também levou à passarela prostitutas veteranas como Laura Maria, de 54 anos, que trabalha na Associação das Prostitutas de Minas Gerais (Aprosmig). “O concurso pode elevar a autoestima das meninas”.
ALÉM DA BELEZA
Participantes desfilaram com diversos trajes, inclusive lingerie
As participantes desfilaram com trajes de festa, passeio e lingerie. Os 11 jurados, entre eles militantes da causa GLBT, empresários e membros de entidades negras, avaliaram, mais do que beleza, a simpatia, a segurança e a autoestima das candidatas.
O Miss Prostituta foi uma das atrações de um evento amplo, com foco no combate ao preconceito, na valorização da vida e na promoção da inclusão social.