O maior Carnaval da história de BH, que deve atrair 2,4 milhões de foliões, será uma boa oportunidade para lucrar. Só o comércio formal espera faturar R$ 192 milhões no período. No entanto, a demanda gerada pela festa abre portas para um número incontável de negócios temporários que fazem o faturamento geral com o evento crescer.
“Estamos nos preparando para o maior lucro já alcançado nos carnavais”, destaca o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Bruno Falci.
O otimismo no setor foi captado também em pesquisa feita da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG). Levantamento mostra que 59,1% dos comerciantes entrevistados esperam vendas maiores do que na festa de 2016. Quase 60% deles funcionarão normalmente em todos os dias da folia.Wesley Rodrigues / N/A
Bar Provisório vai funcionar só por sete dias; encerrará as atividades em 5 de março
Motivos
Bruno Falci aponta a existência de dois movimentos que tornam a data atrativa.
O primeiro é a decisão dos belo-horizontinos de curtir o evento na cidade. Muitos deles, buscando economizar em tempos de crise.
O segundo, a vinda de 500 mil turistas que, de acordo com a Belotur, gerarão uma receita de R$ 335 milhões.
Os números grandiosos despertaram a vontade em muitos de não ficar apenas “vendo a banda passar”, fazendo aflorar o empreendedorismo.
Um exemplo é o Bar Provisório, que não tem esse nome por acaso.
Montado em um galpão no Santa Efigênia, região Leste de BH, o negócio abriu as portas na última sexta-feira ontem e vai funcionar só até 5 de março.
“O espaço reunirá comida mineira, bebida artesanal, música e um brechó de produtos carnavalescos”, conta uma das idealizadoras, Keyla Monadjemi.
Cascata
Se o comércio vende mais, a indústria agradece. A Pif Paf Alimentos registrou alta de 16% nas vendas de petiscos e churrascos, graças à preparação dos bares e restaurantes para a festa.
Os sucos tiveram venda 20% maior em BH, segundo o gerente corporativo de Relações Institucionais da empresa, Cláudio Almeida Faria.
Para os bares localizados nas rotas de blocos, o esperado é um incremento de 20% nas vendas frente ao Carnaval passado, de acordo com o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Minas Gerais (Abrasel), Ricardo Rodrigues. Até a semana passada, a esperança era crescer 40%, mas a presença dos 9 mil ambulantes deverá afetar o desempenho do setor.
Nos hotéis, os 40% de ocupação média registrados até o momento são idênticos aos de 2016. “A expectativa são as reservas de última hora”, afirma a presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Minas (Abih-MG), Patrícia Coutinho.