Andar de táxi pelas pistas do Move das avenidas Antônio Carlos e Pedro I pode reduzir até pela metade o tempo da viagem nos horários de pico. O primeiro dos 90 dias de teste da permissão para circulação nas vias foi bastante comemorado pelos taxistas, que vislumbram a possibilidade do aumento no número viagens do centro para as regiões Norte e Venda Nova, na capital, obtendo assim uma vantagem na concorrência com os aplicativos de transporte, como o Uber.
O Hoje em Dia fez ontem o trajeto de táxi para experimentar a novidade. A reportagem entrou no carro conduzido por José dos Santos Filho de 59 anos, às 18h na Praça da Estação, na região Central de Belo Horizonte, rumo ao Hospital Risoleta Neves, em Venda Nova. Motorista do jornal há 22 anos, Valter Hespanha seguiu pela pista convencional.
José Filho fazia sua primeira viagem pelo novo trajeto e logo que foi informado do destino atentou: “tenho que ligar os faróis e ficar esperto com os limites de velocidade”. Os taxistas que circulam pela pista não podem ultrapassar 60 km/h, além de trafegarem a, no máximo, 30 km/h após a barragem da Pampulha, em uma das estações do Move.
Vigilância
A BHTrans intensificou a fiscalização, conforme prometido. Logo no início da pista exclusiva, uma viatura conferia se os táxis estavam transportando passageiros. Ao longo de todo o trajeto, de 13 km, foram oito pontos com agentes.
No meio da viagem, um descuido quase se tornou acidente. Sem olhar no retrovisor, o motorista de um coletivo do Move jogou bruscamente o ônibus na direção do táxi. Se não fosse por uma rápida manobra de José Filho, ele teria se chocado conosco.
Após 19 minutos, chegamos ao Hospital Risoleta Neves. Vinte minutos depois, chegou Valter, que pegou o intenso tráfego do horário. “Essa liberação está sendo ótima. Acho que as corridas vão até aumentar”, disse José dos Santos.
Retorno
O retorno foi por volta de 18h45, com o taxista Enilson Rodrigues de Paula, de 52 anos. “Na primeira viagem que fiz do centro até o aeroporto de Confins gastei 40 minutos. Com o trânsito, normalmente, gastava 1h30”, afirmou.
Pelo trajeto de retorno, nenhum susto desta vez e os mesmos 19 minutos gastos até o destino de partida, a praça da Estação. Viaturas descaracterizadas com sirenes ligadas foram vistas trafegando pela via exclusiva. “Andar na pista do Move vai facilitar muito nossa vida e dos passageiros também, afinal é uma mobilidade que todo mundo ganha”, disse.
Na volta para o centro da capital, o carro do jornal gastou menos tempo que no trajeto inicial: 28 minutos. “Nesse horário no sentido centro, geralmente, o tráfego é menor”, alertou Valter Hespanha.