Carro de som menor não diminui animação do público do Juventude Bronzeada na Assis Chateaubriand

Juliana Baeta
jcosta@hojeemdia.com.br
25/02/2020 às 11:29.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:45
 (Riva Moreira)

(Riva Moreira)

Nas ruas de Belo Horizonte pelo sétimo ano, o bloco Juventude Bronzeada quase não desfilou neste Carnaval devido ao impedimento em relação ao carro de som. Mas antes das 11h, horário previsto para a concentração na avenida Assis Chateaubriand, a bateria já começava a esquentar nesta terça-feira (25) de Carnaval.

O bloco, famoso pelos hits antigos de axé, faz uma homenagem a Gilberto Gil neste ano. Com um carro de som menor ao que era comumente utilizado nos cortejos, o bloco garantiu que nada vai interromper a folia.

“O erro dessas pessoas e órgãos é achar que colocar obstáculos no caminho vai parar o Carnaval. Vários blocos mandaram o recado e lembraram do Juventude. O som desse carro pouco importa pra gente, o que importa é o som de vocês que acompanham a juventude há anos”, disse uma das integrantes do bloco, Marcela Pieri.

Foi possível desfilar pelo trajeto inicialmente previsto graças aos recursos do próprio bloco, que garantiu o veículo. .

Produtor do Juventude, Igor Silva, contou que não espera um público menor este ano devido ao imbróglio com os carros de som. O Juventude tampouco faz estimativa de público, mas ainda durante a manhã, milhares de pessoas acompanham o cortejo pela Assis Chateaubriand.

A expectativa da BHTrans é que o bloco reúna cerca de 60 mil pessoas no trajeto até o viaduto Santa Tereza.

 Um grupo de amigas decidiu reviver as paquitas para curtir o Juventude nesta terça. “As paquitas são um ícone das décadas de 80 e 90, e representam o protagonismo feminino. Por isso decidimos nos vestir este ano de personagens femininas e icônicas”, contou a foliã Maria Júlia Duarte, 22, de Contagem.Riva Moreira / N/A

O casal Samanta Santana, 31, e Marcos Marcelo, 51, resolveu passar o seu primeiro Carnaval em Belo Horizonte. “A gente sempre passava na terra dele, o Morro do Pilar, mas estávamos ouvindo falar tão bem do Carnaval daqui, que decidi vir pela primeira vez, e olha que sou daqui. Agora nunca mais eu passo o Carnaval em outro lugar, é bom demais”, conta a animada Samanta.Riva Moreira

O servidor público André Zocrato, 38, decidiu “ousar” neste Carnaval e ir, pela primeira vez fantasiado para a folia, trajado de Charles Chaplin. Um orgulho para a mulher dele, a professora de artes e figurinista Mariana Valadares, 37: “A gente sempre vinha de folião normal, aí ele teve a ideia da fantasia e eu só ajudei a executar, está sendo um sucesso”.Riva Moreira

Axé e música autoral

O bloco estreou no Carnaval de BH em 2014, com o intuito de celebrar a história da música baiana, principalmente das décadas de 1980 e 1990, com canções de Axé Music de grupos como Banda Eva, Bamdamel, Olodum e Timbalada. 

Em 2019, a bateria foi composta por aproximadamente 330 batuqueiros, divididos entre os instrumentos: caixa, repique, surdo, agbê, timbau, tamborim e agogô. Além da bateria, o cortejo contou com uma ala de dança de 120 pessoas. 

Além de fomentar a música autoral na cidade, o Juventude Bronzeada carrega como bandeiras a liberdade de expressão, igualdade social, respeito às minorias e igualdade de direitos e respeito às mulheres.

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