Márcia Lopes visitou obras com o prefeito Álvaro Damião nesta quarta-feira; projeto busca integrar diversos atendimentos a vítimas de violência em um só espaço
Ministra Márcia Lopes e o prefeito Álvaro Damião (União Brasil) em visita às obras da Casa da Mulher Brasileira nesta quarta-feira, no bairro União (Maurício Vieira/Hoje em Dia)
Atendimento multiprofissional a mulheres vítimas de violência em um só lugar, facilitando e humanizando o acolhimento, com maior segurança às vítimas e menos traumas. Essa é a proposta da Casa da Mulher Brasileira, prevista para ser inaugurada em Belo Horizonte no primeiro trimestre de 2026. A informação foi confirmada pela ministra das Mulheres, Márcia Lopes, durante visita às obras, no bairro União (região Nordeste), nesta quarta-feira (27).
O projeto tem como objetivo simplificar o acesso dessas mulheres aos serviços especializados, integrando órgãos do Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública em um mesmo espaço. A Casa da Mulher Brasileira prestará apoio em áreas como segurança, assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação.
(Maurício Vieira/Hoje em Dia)
Segundo o prefeito Álvaro Damião, que acompanhou a ministra na visita, a ideia é que as vítimas da violência de gênero - seja ela doméstica, sexual, moral, patrimonial ou política - não tenham que contar a mesma história diversas vezes em diferentes órgãos, garantindo um atendimento menos traumático.
‘‘Esse processo de repetir o caso várias vezes é muito pesado, e é esse desgaste que queremos evitar. A vítima virá a um equipamento só e vai ter todos os tipos de cuidados possíveis, desde a recepção até a saída. Aqui é um lugar onde a mulher vai se encontrar novamente’’, afirmou.
A iniciativa é um dos eixos do Programa Mulher Viver sem Violência, do Ministério das Mulheres. A pasta vai assegurar o funcionamento do espaço por dois anos após a inauguração da casa. Depois deste período, a Prefeitura de Belo Horizonte assumirá a responsabilidade pela manutenção.
(Maurício Vieira/Hoje em Dia)
A ministra da Mulher, Márcia Lopes, afirma que, além de BH, outras cidades mineiras receberão projetos iguais ou semelhantes à Casa da Mulher Brasileira. ‘‘Começamos todo o processo de construção em Juiz de Fora. Em Ribeirão das Neves, tem o Centro de Referência (que é um serviço muito menor, mas cumpre a mesma finalidade). Além disso, vários municípios têm solicitado recursos para estruturar esse serviço’’, explicou.
Márcia Lopes ressaltou ainda que a iniciativa fornece uma rede de segurança às mulheres vítimas de violência, que muitas vezes deixam de denunciar os casos por falta de apoio e até por vergonha de relatar as agressões. ‘‘Essa obra assegura o direito que as mulheres têm a uma vida íntegra e a seu corpo protegido’’, afirmou.
Segundo a Prefeitura de BH, o Centro Especializado de Atendimento à Mulher - Benvinda, iniciativa do próprio município para atendimento a vítimas de violência na capital, segue em operação e terá o funcionamento mantido mesmo após a inauguração do novo espaço, fruto da parceria com o Governo federal.
*Estagiária, sob supervisão de Ana Paula Lima
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