Grupos em aplicativo de mensagens ofereciam "catálogo sexual" ou "catálogo de garotas", com vídeos e fotos das adolescentes
“O que já nos chamou atenção logo de cara foi que o morador fugiu da casa, deixando para trás apenas a mulher, suposta amiga da vítima”, comentou o delegado Veran (Divulgação / PCMG)
A Polícia Civil de Minas informou nesta terça-feira (5) que indiciou um casal por homicídio culposo e exploração sexual pela morte de um adolescente de 17 anos em Betim, Região Metropolitana de Belo Horizonte.
O crime ocorreu em 27 de junho, no bairro Camilo. Conforme detalhou o delegado Roberto Veran, titular da 2ª Delegacia de Polícia Civil em Betim, na ocasião, a vítima foi encontrada morta dentro da casa do homem, de 43 anos.
“O que já nos chamou atenção logo de cara foi que o morador fugiu da casa, deixando para trás apenas a mulher, suposta amiga da vítima”, comentou o delegado.
As investigações incluíram quebra de sigilo telemático e telefônico, a partir da qual a Polícia Civil descobriu que a jovem era explorada sexualmente. A mulherm de 21 anos, indiciada agia como agenciadora de programas sexuais dela e de outras menores por meio de redes sociais, cobrando o valor de R$ 100 por programa.
Após serem montados grupos em aplicativo de mensagens, a indiciada oferecia o que chamava de "catálogo sexual" ou "catálogo de garotas", com vídeos e fotos das exploradas, todas adolescentes.
“Assim, na data dos fatos, as duas foram para a casa desse homem, que manteve relações sexuais com a menor. Conforme apurado, ele se passou por policial civil, embora as duas não tivessem acreditado, e mostrou uma arma de fogo, pedindo que a mais velha segurasse. Ela, sem saber manusear arma de fogo, disparou acidentalmente a arma e matou a adolescente”, revelou Veran.
Ainda segundo os levantamentos, o investigado acionou o Samu pedindo socorro e fugiu imediatamente, levando a arma. Já a mulher, foi presa em flagrante. A arma, que estava em situação regular, foi recuperada no decorrer das investigações.
O delegado Roberto Veran ressaltou que a vítima vivia em situação de extrema vulnerabilidade social e por isso se valia dos programas sexuais.
“O que configura uma exploração ainda maior por parte da agenciadora, uma vez que a garota fazia isso basicamente para sobreviver, sem o conhecimento da família”, disse.
A Polícia Civil identificou, até o momento, outras três menores que eram agenciadas pela mesma mulher.