(Reprodução Instagram)
A audiência de instrução sobre o assassinato do jogador Daniel Corrêa de Freitas entrou nesta quarta-feira (20) no terceiro dia. Para hoje, está previsto o depoimento do delegado Amadeu Trevisan, que foi o responsável pelo inquérito. Nascido em Juiz de Fora e criado em Conselheiro Lafaiete, o atleta teve o pênis decepado e a cabeça quase degolada. O crime aconteceu em outubro do ano passado, em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba.
Os depoimentos das testemunhas estão sendo colhidos no Fórum de São José dos Pinhais, na cidade curitibana. No total, 80 pessoas, sendo 66 de defesa e 14 de acusação, serão ouvidas. Sete dos denunciados também vão prestar esclarecimentos. São eles: Edison Brittes, de 38 anos, Ygor King, de 19, David Willians Vollero Silva, de 18, Eduardo Henrique da Silva, de 19 (acusados de homicídio triplamente qualificado); além de Cristiana Brittes, de 35, denunciada por homicídio, coação de testemunhas e fraude processual; Allana Brittes, de 18, acusada de fraude processual, coação de testemunhas e corrupção de menores; e Evelyn Perusso, denunciada por falso testemunho.
Após esse procedimento, a Justiça decidirá se os suspeitos vão a júri popular.
Depoimentos
"A gente sofreu a morte inúmeras vezes, quando gente soube que o Daniel estava naquela casa, mas ao conversar com Alana, eu vi que tinha mentira ali, usava a palavra de Deus toda hora, vamos orar, mas pensei, não era possível que uma mulher de 18 anos fosse tão fria. Ela viu, soube, viu ser torturado, aquilo seguiu no domingo, me ligou perguntando onde seria o velório", comentou a tia do atleta, Iolanda Regina.
Para o advogado de defesa, Cláudio Dalledone Júnior, o testemunho de Lucas Mineiro, que prestou depoimento no primeiro dia, pode revelar e reforçar a tese de que Daniel teria "importunado" Cristiana e que ela não teria sido omissa em relação ao destino do rapaz. "Socorro, socorro, vai acontecer uma tragédia". Teriam sido essas as palavras gritadas por Cristiana Brittes, de dentro do quarto, enquanto Daniel era agredido, após supostamente ter invadido a cama da mulher enquanto ela dormia.
O advogado criminalista Jacob Filho, que representa Lucas Mineiro, afirmou que o jovem excluiu Cristiana e Allana de qualquer participação as agressões ao jogador. "Ele revela ainda que as duas estavam apavoradas e em pânico, muito nervosas", disse.
Relembre o caso
Nascido em Juiz de Fora e criado em Conselheiro Lafaiete, Daniel Correa tinha contrato com o São Paulo até dezembro e estava emprestado ao São Bento de Sorocaba. Revelado pelo Cruzeiro, ele jogou ainda pelo Botafogo e Coritiba.
O corpo de Daniel foi encontrado em um matagal de São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, no dia 27 de outubro. O corpo tinha sinais de tortura - sua cabeça estava quase degolada e o pênis decepado. O empresário Edison Brittes Júnior confessou o crime e afirmou que foi movido por violenta emoção, ao flagrar o jogador de futebol tentando estuprar a mulher, Cristiana. A Polícia Civil descarta a possibilidade de tentativa de estupro.
Dentro da casa, Brittes teria espancado Daniel, com a ajuda de outros convidados da festa. Depois, o jogador foi colocado no porta-malas de um carro e levado para o matagal. Além de Brittes, outros três jovens estavam no veículo: Eduardo Silva, Ygor King e David Willian da Silva. O empresário e os três jovens que participaram da execução foram indiciados pela Polícia Civil do Paraná e denunciados pelo Ministério Público por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
Já a mulher de Edison, Cristiana Brittes, e a filha do casal, Allana, foram denunciadas por coação de testemunha e fraude processual – por terem mentido em seus depoimentos à polícia e por terem limpado a casa após o espancamento. A sétima pessoa presa no caso, Eduardo Purkote foi indiciado por lesões corporais graves. (Com Estadão Conteúdo)