Audiência de Instrução

Caso Lorenza: médico que atestou morte admite ter errado ao não encaminhar corpo ao IML

Pedro Melo
pmelo@hojeemdia.com.br
03/05/2023 às 18:05.
Atualizado em 03/05/2023 às 18:18
 (Fórum Lafayette / Divulgação)

(Fórum Lafayette / Divulgação)

Em depoimento à Justiça, o médico responsável pelo laudo de morte de Lorenza de Pinho, assassinada pelo promotor de Justiça André de Pinho, admite ter errado ao não encaminhar o corpo para inspeção no Instituto Médico Legal (IML).

Durante Audiência de Instrução nesta quarta-feira (3), no Fórum Lafayette, na Região Centro-Sul de BH, ele afirmou que a vítima era paciente recorrente do Pronto Atendimento e que tinha histórico de abuso de medicamentos - entre eles opióides, que são sedativos extremamente fortes.

O médico informou, ainda, que a emergência do Mater Dei foi acionada mas que, ao chegar ao local, Lorenza já estava sem pulso. Tentaram reanimá-la, sem sucesso, e o óbito foi constatado.

Ao final do depoimento, afirmou ter ficado em dúvida sobre o que fazer. Optou em acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas foi avisado que como ele tinha atendido e constatado o óbito, não poderiam ir até o local para fazer tal procedimento. “Hoje, ele acredita que errou em não ter encaminhado o corpo para o IML”, informou, em nota, o Fórum.

O médico, que será julgado pelo crime de falsidade ideológica, foi a primeira pessoa a atender Lorenza. E acusado de ter colocado informações falsas sobre a morte dela, além de negar conhecer o promotor André de Pinho.

Outros depoimentos
Além do médico, também foram ouvidas uma testemunha de acusação (o médico legista responsável pela autópsia da vítima,) e duas testemunhas da defesa - uma colega de profissão do réu e a secretária da unidade de saúde particular onde ele trabalhava.

Tanto o Ministério Público quanto a defesa do médico foram intimadas a apresentarem as alegações finais para que a juíza possa elaborar a sentença. O prazo é de cinco dias para cada.

O promotor André de Pinho, de 53 anos, foi condenado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), no dia 29 de março deste ano, a 22 anos de reclusão pelo feminicídio da esposa Lorenza Maria Silva de Pinho. Ele também foi condenado por omissão de cautela de arma de fogo, quando não se preserva a segurança de menores de idade com a presença do armamento.

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