(Felipe Couri)
O Centro de Referência em Assistência Social (Cras) da Criança e do Adolescente, em Juiz de Fora, registrou quase 90 casos de abuso e exploração sexual contra menores. As ocorrências englobam um universo de quase 300 famílias assistidas, entre janeiro e setembro deste ano, por conta de algum tipo de violação dos direitos da criança e do adolescente (como agressões, abandono etc). O atendimento é feito depois que pais, parentes ou vizinhos se mobilizam para impedir que meninos e meninas se tornem reféns de adultos. Ligação Os casos chegam por meio do disque-denúncia (0800 283 79 91). “Nós consideramos os números altos. Percebemos que as crianças ainda continuam vulneráveis, apesar do combate a esse tipo de violência”, avalia a coordenadora do Cras Andréia Foscarini. Pouca infraestrutura Para ela, o disque-denúncia permitiu que os casos saíssem da invisibilidade, mas ainda esbarra na pouca infraestrutura de apoio. O Cras trabalha com duas psicólogas, uma assistente social e um advogado. “Nossa demanda é grande. Para dar conta, precisamos encaminhar as ocorrências a órgãos parceiros, como o Conselho Tutelar”, afirma Andréia. A natureza e detalhes dos casos não são revelados para preservar as vítimas, mas, segundo a coordenadora, muitas crianças são aliciadas com brinquedos e doces, em troca de favores sexuais. No Cras, as vítimas recebem apoio psicológico, e as famílias passam por acompanhamento. Alguns casos são levados à Vara da Infância e Juventude, que determina medidas de proteção. Saiba mais na Edição Digital