Disparada da doença

Casos de coqueluche vão de zero a 300 em 2 anos em BH

Prefeitura faz alerta sobre a importância da vacinação contra a infecção respiratória, que pode levar a complicações como pneumonia e matar

Renato Fonseca
rfonseca@hojeemdia.com.br
Publicado em 16/12/2024 às 07:30.

Após dois anos sem registro de coqueluche, Belo Horizonte enfrenta em 2024 uma explosão de casos da grave doença, que pode levar a complicações como pneumonia e matar. Só nos últimos seis meses, quase 300 notificações foram confirmadas na capital. Um dos principais fatores para a disparada da infecção respiratória é a queda da cobertura vacinal. 

Até junho deste ano, a metrópole mineira havia confirmado três casos de coqueluche. Na semana passada já eram 291, além do óbito de um bebê, conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA). Em Minas, são 521 registros.

O risco de complicações é maior justamente para crianças menores de 1 ano. No entanto, como a doença é altamente contagiosa, o alerta vale para toda a população.

Prova disso é que o perfil majoritário dos pacientes na capital é formado por adolescentes e jovens de até 19 anos. O adulto, mesmo tendo sido imunizado quando criança, pode se tornar suscetível novamente à coqueluche, já que a vacina pode perder o efeito com o passar do tempo, conforme explica o diretor de promoção à saúde da SMSA, Paulo Roberto Lopes Correia.

Segundo ele, a cobertura vacinal está em cerca de 70%, mas a meta é 95%. “Essa não é uma realidade só de Belo Horizonte. Outras cidades do Brasil também enfrentam aumento dos casos”, afirma Correia, que reforçou o apelo às pessoas incluídas no público-alvo para que recebam a vacina. 

A dose é aplicada nas crianças a partir de 2 meses até menores de 7, gestantes, puérperas (até 45 dias pós-parto) não vacinadas durante a gravidez, profissionais da saúde que atuam em atendimentos de ginecologia, obstetrícia, pediatria, além de doulas e trabalhadores de berçários e creches.

Considerando os últimos 10 anos, o maior número de casos confirmados de coqueluche em BH havia sido em 2017, com 36. “Os registros deste ano representam aumento de 700%. Esta é uma realidade em todo o país e acende um alerta para que todos mantenham os cartões de vacinação atualizados”, diz a subsecretária de Promoção e Vigilância à Saúde, Thaysa Drummond

O restante da população deve redobrar a atenção para os principais sintomas e, em caso de suspeita, ficar em isolamento, procurar um médico e iniciar o tratamento rápido. A doença compromete o aparelho respiratório, traqueia e brônquios e se caracteriza por ataques de tosse seca, além de febre e cansaço. Ela é transmitida por tosse, espirro ou fala de pessoa contaminada.

Na capital mineira, segundo Correia, os postos de saúde estão orientados a adotar ações de controle. Em alguns casos, é necessária a profilaxia antibiótica, com o uso do medicamento por pessoas que tiveram contato com o doente. O especialista reforça que, devido ao risco de exposição, a imunização de crianças já nos primeiros meses de vida é indispensável.

Leia mais:

© Copyright 2025Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por