Casos de malária caem 45% e Minas recebe teste rápido para diagnóstico

Thaís Mota - Hoje em Dia
07/06/2013 às 15:46.
Atualizado em 20/11/2021 às 18:56

Apesar da queda no número de casos de malária nos últimos anos, Minas Gerais recebeu esta semana um novo teste para o diagnóstico da doença em até 30 minútos. Segundo a Fundação Ezequiel Dias (Funed), o SD Bionline já está disponível no Estado e poderá ser realizado em breve.   O objetivo da Funed é utilizar a metodologia prioritariamente em situações emergenciais, como pode ocorrer em eventos de massa previstos para serem realizados em Minas nos próximos meses. Para isso, o órgão realizará um treinamento para os profissionais envolvidos nos Núcleos de Vigilância Epidemiológica do Hospital Municipal Odilon Behrens, do Hospital Mater Dei e do Programa Municipal Saúde do Viajante de Belo Horizonte para utilizar o teste rápido. Além do diagnóstico laboratorial, serão abordados quadro clínico, tratamento da doença e atendimento ambulatorial para portadores da doença.    Até o mês de abril deste ano, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) notificou 19 casos da doença em todo o Estado, o que representa uma redução de 45% em comparação com a média registrada no mesmo período de 2012. De acordo com balanço divulgado pela SES, entre janeiro e dezembro do ano passado, foram registrados 104 casos das doença no Estado.    Entretanto, não há registro de transmissão da malária em Minas desde 2008. Todos os pacientes infectados contraíram a doença na região Amazônica ou de países africanos e vieram para o Estado. Ainda conforme a SES, os testes rápidos serão uma forma estratégica de controle da malária, reduzindo complicações e óbitos, além de interromper a cadeia de transmissão da doença.   Ainda conforme dados da SES, entre 2008 a 2012 foram registradas 12 mortes em todo o Estado, sendo dois pacientes provenientes do Norte do país, um paciente da Guiana e os demais do continente africano. Já este ano, ainda não houve nenhum óbito em decorrência da doença e todos os caso notificados são originários da África.    De acordo com a referência técnica da Secretaria de Estado de Saúde, Alexandra Paiva Araújo Vieira, em caso de identificação de casos de malária no Estado a primeira providência do órgão é investigar onde aconteceu a transmissão. "Se for no Estado, trabalhamos no local onde aconteceu a transmissão para eliminar o foto e tratar os pacientes o mais rapidamente possível, já que a malária é uma doença infeccionsa e que evolui rapidamente.   Malária   A malária humana é uma doença infecciosa aguda e se manifesta através de alguns sintomas que podem aparecer isoladamente ou em conjunto, tais como: calafrios, tremores, suores intensos, dor de cabeça, dores no corpo. Ela pode ser causada por cinco protozoários (parasitas) do gênero Plasmodium, mas apenas segundo informações do Ministério da Saúde, apenas três deles estão presentes no país.    A doença é transmitida por meio da picada da fêmea de mosquitos do gênero Anopheles, infectada pelo Plasmodium. Geralmente, eles picam ao entardecer e amanhecer. Entretanto, em algumas regiões da Amazônia, os mosquitos apresentam hábitos noturnos, picando durante todas as horas da noite. A doença  pode ser adquirida ainda por meio de transfusão de sangue infectado, transplante de órgãos, uso compartilhado de seringas e, mais raro ainda, por via congênita.    Ainda conforme o Ministério da Saúde, no Brasil, 99,9% da transmissão da malária concentra-se na Região Amazônica, composta pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Por isso, o órgão recomenda que, ao programar uma viagem, as pessoas conheçam com antecedência o destino. No caso de deslocamentos para áreas endêmicas ou de transmissão de malária, a orientação é procurar um agente de saúde, utilizar roupas claras e repelentes à base de DEET (N-N-dietilmetatoluamida).

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