(Marcelo Prates)
A programação inicial previa para este 28 de janeiro uma passeata para comemorar a resposta da Justiça para um crime que completa hoje 10 anos. Mas, ao contrário do que se pensava, o caso tem outros capítulos que devem se desenrolar ainda por algum tempo. O julgamento dos mandantes dos assassinatos de três auditores fiscais e um motorista do Ministério do Trabalho e Emprego, caso conhecido como Chacina de Unaí, continua sob suspense.
Após a condenação de três executores, em agosto de 2013, o processo parou novamente. A defesa briga no Supremo Tribunal Federal (STF) para conseguir que o júri dos outros envolvidos seja em Unaí, onde os crimes ocorreram, e não em Belo Horizonte, como aconteceu com os outros acusados. Os advogados contestam a decisão anterior do Superior Tribunal de Justiça (STJ), favorável a um júri na capital.
Um pedido de vista do ministro Dias Toffoli suspendeu o julgamento dos habeas corpus impetrados em favor de dois acusados de envolvimento no assassinato. Até a interrupção do julgamento, em outubro de 2013, dois dos cinco ministros que compõem a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) haviam votado. Um se manifestou a favor do júri em BH e outro se mostrou favorável ao envio do processo para Unaí.
“Meu sentimento agora é de medo. Medo de que esse processo acabe indo para Unaí e os réus sejam beneficiados. Já sofremos demais e merecemos uma resposta da Justiça”, afirma Helba Soares da Silva, viúva do auditor fiscal Nelson José da Silva.
Como em todos os anos que se passaram desde que o crime ocorreu, um ato será realizado hoje para pedir o julgamento dos envolvidos. Desta vez, auditores fiscais e parentes das vítimas se reúnem na frente do STF, em Brasília, para pedir celeridade no caso.
O Tribunal está de recesso e as atividades serão retomadas em 3 de fevereiro. A assessoria de imprensa do STF informou que o voto do ministro Dias Toffoli foi concluído em 14 de novembro, quando a informação foi repassada para a secretaria da turma que vai julgar o caso. Apesar de estar pronto para ser retomado, ainda não há data prevista para o julgamento. O assunto precisa ser colocado em pauta nas reuniões, que ocorrem todas as terças-feiras, mas não há prazo limite para que isso aconteça.