Chance de recuperação de crianças queimadas é maior do que de adultos
(Maurício Vieira)
As crianças acima de 2 anos têm melhor chance de sobreviver do que adultos em casos de queimaduras. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Queimaduras, Luiz Philipe Medina, os pequenos têm uma resposta mais adequada ao trauma, ao contrário de uma pessoa acima dos 25 anos, que já tem uma imunidade mais baixa. “A medida que envelhecemos, o corpo passa a acumular doenças que afetam a nossa defesa. As crianças estão livres disso”.
O mesmo vale para a possibilidade de morte, mas depende de variáveis. “Se fosse em outro país de primeiro mundo, uma criança com 20% do corpo queimado não morreria. Mas no Brasil, infelizmente, precisamos avaliar as condições dos hospitais e a disponibilidade dos materiais necessários”, avalia Medina.
O médico diz, ainda, que os casos de lesão nas vias aéreas são sempre mais graves. “Esses pacientes necessitam de aparelhos de ventilação e de intubação. O comprometimento do pulmão agrava bastante a situação”.
Tratamento
As crianças que deram entrada no Hospital João XXIII passaram por avaliação para saber a extensão, espessura e profundidade dos ferimentos, o que determinará a melhor forma de tratamento.
“Quando a pele fica exposta, há uma grande perda de líquido no corpo. A hidratação feita com soro precisa ser imediata para que se comece o processo de estabilização dessas áreas”, completa o especialista.
Em seguida, faz-se a limpeza das áreas expostas e curativo, que previne infecções. A alimentação, principalmente bem calórica, é fundamental nesse processo porque o corpo gasta bastante energia para recuperar a pele.
Os enxertos são procedimentos comuns em queimaduras. “Retira-se parte da pele de outra parte do corpo e coloca-se nas queimaduras mais profundas, o que auxilia na recuperação”, explica Medina.
Ainda de acordo com ele, existe um parâmetro básico para avaliar quanto tempo um paciente desse tipo deve levar para se recuperar. O cálculo avalia a porcentagem de corpo queimado para dias de hospitalização. Por exemplo: um ferido que teve 20% do corpo atingido, levará, em média, 20 dias para recuperação.
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