Chegada da vacina contra a Covid-19 não vai garantir volta às aulas em Belo Horizonte; entenda

Renata Galdino
rgaldino@hojeemdia.com.br
15/01/2021 às 22:20.
Atualizado em 05/12/2021 às 03:56
 (Tania Rego – Agência Brasil)

(Tania Rego – Agência Brasil)

A chegada da vacina contra a Covid-19 não é garantia da volta às aulas presenciais na capital mineira. Com casos de Covid-19 em alta e sobrecarga nas internações, a retomada das atividades depende da redução da circulação do vírus e de um alívio no sistema de saúde da metrópole, sobretudo na terapia intensiva.

Por outro lado, a exemplo da cidade de São Paulo, representantes das escolas particulares de BH lançaram manifesto pedindo que, por aqui, o retorno também ocorra em 1º de fevereiro. 

Membro do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 de Belo Horizonte, o infectologista Estevão Urbano destaca que a metrópole trata a volta às aulas como uma das prioridades na reabertura da cidade. “Mas temos que considerar uma série de fatores e um deles é a taxa de novos contaminados por cem mil habitantes”, frisou.

De acordo com a prefeitura, esse índice atingiu 338,6 no acumulado das últimas duas semanas - bem diferente de setembro, quando chegou a 79 novas infecções para cada grupo de cem mil.

Na época, os médicos do comitê disseram que as faculdades poderiam retornar se a taxa chegasse a 50 por cem mil habitantes. Já os ensinos médio e fundamental, respectivamente, 25 e 5.

“Se os indicadores (incidência e leitos) apresentarem margem de segurança, o retorno poderá acontecer. Porém, ainda é impossível precisar a data”, afirma a PBH.

Estevão Urbano, médico do Hospital Madre Teresa, revela existirem muitas divergências em todo o mundo sobre o retorno seguro das aulas. Até mesmo com a vacinação é uma incógnita, uma vez que países da Europa que já estão imunizando a população decretaram lockdown por causa da segunda onda da pandemia.

Por aqui, o infectologista Leandro Cury alerta, ainda, que a volta às aulas sem condições seguras pode, inclusive, piorar o cenário da pandemia. Isso porque grande parte das crianças vai para a escola de transporte coletivo, considerado potencial local de transmissão. “Contaminadas, elas têm melhores respostas à infecção, mas podem levar o vírus para casa e até mesmo infectar um professor”, destaca.

Voltas às aulas
A Prefeitura de Coronel Fabriciano, no Vale do Aço, anunciou que alunos da educação infantil e ensino fundamental voltarão às aulas presenciais alternadas na próxima segunda. Apenas menores de 4 anos, que frequentam creches, continuarão em casa.

A medida atinge cerca de 7 mil estudantes. Os matriculados na Educação de Jovens e Adultos (EJA) também fazem parte da retomada. 

Em novembro do ano passado, alunos de cinco escolas, do 6º ao 9º anos, retornaram ao ensino de forma experimental, o que serviu de parâmetro para a decisão de retomar as aulas nas escolas presencialmente. A Secretaria de Governança Educacional destacou que o resultado obtido foi positivo. 

“A decisão de antecipar o retorno das aulas para 18 de janeiro se deve ao fato de poder garantir o recesso de meio do ano, na segunda quinzena de julho e primeira quinzena de agosto, período em que a pandemia teve um pico em 2020”, disse a prefeitura, em nota.

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