(Lucas Prates)
SETE LAGOAS – Um cenário típico de área devastada por furacão. Foi o que restou da parte do bairro Jardim dos Pequis II onde ficam 377 moradias populares do programa federal "Minha Casa, Minha Vida", em Sete Lagoas, na região central do Estado. O local foi atingido por chuva e vendaval na última quarta-feira (31). Na tarde dessa quinta-feira (1º), telhados quebrados, aquecedores solares retorcidos e lançados em terrenos distantes, restos de tetos de PVC e paredes manchadas de lama davam noção do que foi a tempestade enfrentada pelas famílias do conjunto habitacional. Moradores se uniram para recuperar o que fosse possível. Enquanto tentavam reconstruir as casas e contavam os danos, eles não escondiam a revolta. Muitos dizem que o material de construção usado nos imóveis era de baixa qualidade, o que aumentou a proporção do estrago. “Não pensava que o material fosse tão vagabundo. Isso mais parece ‘minha casa, meu inferno’”, desabafou Leidlane Silva, de 29 anos. A dona de casa mora com três filhos pequenos. Ao desabar, o teto de PVC da residência atingiu uma delas, um bebê de 1 ano, que não se feriu. Leidlane paga R$ 50 de prestação pela casa, para onde se mudou depois que a antiga moradia no bairro Santa Luzia foi considerada de risco. “Mas, com esses problemas, não pretendo ficar mais aqui”, disse. Susto Vinte e quatro horas depois do temporal, a doméstica Gildete Santos Almeida, de 50 anos, não havia se recuperado do susto. A residência ficou avariada e o muro que cercava o quintal desabou. Por sorte, ninguém se feriu. A cabeleireira Daniele Soares, de 29 anos, mora na rua F e diz que entrou em pânico na hora da chuva. O teto de PVC da cozinha e da sala ruiu e começou a chover dentro de casa, enquanto as telhas voavam para longe. Segundo ela, a Defesa Civil esteve no local, mas só forneceu um pedaço de lona. “Como vou subir no telhado para colocá-la?”, questionava.