Chuvas não salvam o Norte e 19 estão em situação de emergência

Pedro Rotterdan, Rosildo Mendes e Girleno Alencar - Do Hoje em Dia
07/02/2013 às 06:49.
Atualizado em 21/11/2021 às 00:47
 (Olavo Prazeres/Tribuna de Minas)

(Olavo Prazeres/Tribuna de Minas)

A temporada chuvosa que assola 19 municípios de Minas, forçando-os a declarar situação de emergência, não permitiu a recuperação de 48 cidades que ainda sofrem com os efeitos da estiagem prolongada em 2012.  Além disso, desde o início do período chuvoso, em outubro do ano passado, 57 cidades já foram afetadas pela chuva. A última a entrar para o balanço da Defesa Civil Estadual foi Nepomuceno, no Sul de Minas.

Das 125 prefeituras que pediram socorro ao Estado devido à seca, a maioria na região Norte, 38% ainda estão com o decreto em vigor. Ou seja: oficialmente, não se recuperaram dos danos.

No outro extremo do mapa, aumentam os relatos de tragédias causadas por temporais. Uma idosa soterrada em Santos Dumont, na Zona da Mata, é a 23ª pessoa a morrer em Minas desde o início das chuvas, em outubro.

O município foi atingido por um temporal na terça-feira à noite. Em Conceição do Formoso, na zona rural, uma encosta caiu sobre várias casas, matando Maria José das Chagas, de 79 anos. O marido dela, José Eurico, de 84, sobreviveu e está no hospital.


Isoladas

Na região central de Minas, continuam ilhadas 30 famílias que vivem na Serra do Cipó, em Santana do Riacho.

Elas ficaram isoladas depois que uma pancada de chuva, ontem de manhã, fez o rio Paraúna subir e arrastar a ponte que ligava a zona rural da Tenda ao distrito. A estrutura metálica era um dos pontos turísticos do local e, segundo o vice-prefeito Wander Pereira, não há dinheiro para providenciar um novo acesso.

“Vamos recorrer ao governo estadual em busca de verba”, disse. Enquanto o conserto não sai, os moradores ficarão sem transporte escolar e serviços de saúde.


Safra castigada
 
Enquanto isso, a seca no Norte de Minas continua causando prejuízos aos produtores. Chuvas recentes fizeram o verde voltar ao campo, mas não resolveram o problema.

A safra agrícola 2012/2013, que começou em novembro passado, apresentou a maior queda de área plantada da história da região: os habituais 220 mil hectares passaram para 130 mil, ou 41% a menos.

Mas os agricultores mal podem contar com a colheita. Com o veranico de dezembro e janeiro, quando houve 45 dias sem chuvas, 70% da área plantada também foi perdida.
Para piorar, a Barragem do Bico da Pedra está com 35% da capacidade, o que compromete a irrigação de 5 mil hectares.

Na safra anterior, as perdas ultrapassaram 316 mil toneladas de grãos, segundo a Emater, que classifica aquela estiagem como a pior dos últimos 40 anos.
 
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