Cigarros pirateados invadem as ruas de Belo Horizonte

Gabi Santos e Raquel Ramos - Hoje em Dia
10/11/2013 às 07:29.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:03
 (Lucas Prates - Hoje em Dia)

(Lucas Prates - Hoje em Dia)

O gosto geralmente é forte e a fumaça, mais espessa. Quando o fumante experimenta pela [/LEAD]primeira vez, a garganta parece ficar obstruída. Estamos falando dos cigarros produzidos em fabriquetas improvisadas no Paraguai. Instaladas perto da fronteira, elas comercializam produtos que invadem o mercado brasileiro há anos.   Em Belo Horizonte, os “paraguaios” são campeões de vendas em bares, shoppings populares e camelôs que atuam na região da rodoviária. Lá, os cigarros falsificados e contrabandeados são as mercadorias mais oferecidas. O preço é convidativo: metade, ou até menos, do valor cobrado por um maço “made in Brazil”, o que ajuda a explicar a expansão desse comércio.   Por trás da economia, porém, há um rombo nos cofres públicos. Estima-se que R$ 3 bilhões deixem de ser arrecadados por ano devido ao mercado ilegal de cigarros, segundo pesquisas contratadas por indústrias do setor.   A pirataria também implica em menos postos formais de trabalho e mais riscos à saúde do homem, alerta a pneumologista Maria das Graças Rodrigues. “Nenhuma forma de usar cigarro é segura. Mas os industriais passam por um controle da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)”, afirma. Sem regulação, produtos de procedência desconhecida, formulados com produtos químicos ignorados, acabam disponíveis ao consumidor.   Alheios ao perigo para a freguesia e aos prejuízos para o país, comerciantes oferecem o produto sem constrangimento pelas ruas da capital. Dados da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) confirmam o aumento das ocorrências de contrabando e descaminho de cargas de cigarro em Minas. Foram 58 registros em 2010 e 68 até outubro deste ano.   Em BH, San Marino é o campeão de vendas entre os produtos paraguaios. Por preços que variam de R$ 1,80 a R$ 3, fazem concorrência desleal com os cigarros brasileiros mais conhecidos, com maços a partir de R$ 5.    “Compro um pacote de cigarros do Paraguai por R$ 1,50 o maço. Depois, vendo pelo dobro ou mais”, confidencia o camelô R.A., de 27 anos, que fica na rua 21 de Abril, na direção da rodoviária.    “Estou desempregado. Com esses cigarros, consigo ganhar alguma coisa. Vendo uns cinco pacotes por dia”, diz, antes de entregar: “Não fumo, mas já me disseram que o cigarro de contrabando é muito forte”.   Leia mais na Edição Digital

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