Código de barras em caixa "delata" mãe que abandonou bebê

Margarida Hallacoc e Celso Martins* - Hoje em Dia
20/07/2013 às 08:14.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:13
 (Hélder Almeida )

(Hélder Almeida )

O código de barras de uma caixa de papelão foi a “deixa” para o delegado Felipe de Souza Capute, de Passos, no Sul de Minas, desvendar o abandono de um recém-nascido, há um mês e meio. A mãe confessou o crime e vai responder em liberdade, mas está sujeita a uma pena de seis meses a três anos de detenção.   Mesma punição pode receber a mulher que deixou um menino de no máximo três dias em uma rua de Janaúba, no Norte de Minas, ontem. A identidade dela é desconhecida.    O bebê de Passos foi encontrado na manhã de 4 de junho, na calçada da rua Sardinha, no bairro Vila Rica. Estava enrolado em um lençol, dentro da caixa, com o cordão umbilical e restos de placenta. Era saudável e tinha 4,1 quilos e 50 centímetros.    A investigação começou no mesmo dia. “Buscamos câmeras nas proximidades e testemunhas, mas foi frustrante. Não havia pistas”, conta o delegado.  Ele encontrou a caixa dois dias depois, após entrar em contato com a unidade de saúde que atendeu o bebê. O papelão tinha sangue e o código de barras que serviu de ponto de partida para a investigação. “Era uma curiosidade quase sem nexo, mas fui atrás”, lembra.    O delegado identificou a transportadora que despachou a caixa e, pelo código de barras, chegou ao local onde havia sido entregue, em uma cidade vizinha.   Lá, soube que encomendas daquele tipo também eram mandadas para Passos e, de volta ao município onde tudo começou, verificou novos endereços. Só encontrou senhoras com filhos criados, mas, após um levantamento, identificou a parente de uma delas, que poderia ter ficado com a caixa.    Arrependimento   Primeiro, a mulher de 31 anos, mãe de quatro crianças, negou o abandono. Mas acabou confessando. “Ela não fez pré-natal e deu à luz em casa. Depois, colocou o bebê na caixa e o levou ao local onde o deixou”. 
  Segundo o policial, a mulher afirmou estar arrependida, mas não demonstrou interesse em reaver a criança, pois não teria condições de cuidar dela. O menino está com uma família provisória, enquanto corre o processo de adoção.    “Foi o caso mais importante da minha carreira”, diz Felipe Capute, que tem 28 anos, está há apenas seis meses na função e destacou todo o trabalho da equipe policial.
*Colaborou Alessandra Mendes

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