Estatísticas incluem estabelecimentos comerciais, hotéis, motéis e postos de combustíveis às margens das estradas
Estado com a maior malha rodoviária do país, Minas tem a maior quantidade de pontos de vulnerabilidade para exploração sexual de crianças e adolescentes nas estradas federais. Nos mais de 9 mil quilômetros sob jurisdição da União, são 3.851 locais de vulnerabilidade, sendo 111 considerados críticos e 388, de alto risco.
Os dados foram apresentados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a organização internacional Childhood Brasil, que lançaram a cartilha do Projeto Mapear 2023/2024. Essa é a 10ª edição, que mapeou 17.687 pontos vulneráveis no país.
No comparativo com o biênio anterior (2021/2022), o número de pontos em Minas quase quadruplicou, passando de 1.016 para os atuais 3.851. No país, o aumento foi 83% - eram 9.653 indicações.
Apesar do crescimento expressivo dos pontos, as autoridades dizem que os dados refletem um acompanhamento maior da situação das estradas, por meio de um monitoramento criterioso.
Entre as causas para o aumento estão o desenvolvimento de uma nova versão do aplicativo de mapeamento, a implementação de novas metodologias para reunir as estatísticas e o foco da PRF para intensificar o trabalho de identificação dos pontos que podem representar riscos para crianças e adolescentes.
O Nordeste é a região com mais pontos vulneráveis, 6.532. Na sequência estão as regiões Sudeste, com 5.041, Sul, com 2.474, Centro-Oeste, com 2.210, e Norte, com 1.430.
O maior número de pontos vulneráveis está concentrado na BR-116. As equipes identificaram 2.398 locais que podem representar riscos a crianças e adolescentes. Na sequência está a BR-101, com 1.533 pontos de vulnerabilidade.
A PRF utiliza o Projeto Mapear desde 2003 para definir diretrizes e ações no enfrentamento aos crimes sexuais contra menores de idade. Com as informações reunidas e disponibilizadas ao efetivo, a instituição atua na prevenção, por meio de campanhas educativas e de conscientização nos locais mapeados, e repressão, com a identificação de suspeitos e operações específicas, como a Domiduca, que resgata menores em situação de vulnerabilidade.
No último biênio, as 31 ações de combate à exploração sexual de crianças e adolescentes e a situações de vulnerabilidade fiscalizaram 6.453 pontos, alcançaram 76.606 pessoas e possibilitaram o resgate de 147 menores de idade em todo o país.
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