(Polícia Civil/Divulgação)
Um homem de 39 anos se apresentou à Polícia Civil na manhã desta terça-feira (14) e admitiu ser o responsável pelo atropelamento de Jerusa de Alencar. Ela foi atingida por um carro de luxo, da marca BMW, enquanto descia do próprio veículo, na avenida Raja Gabáglia, na noite de sábado (11). A vítima morreu no local. O motorista estava com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) vencida há três meses.
Aos policiais, o homem contou que não parou para prestar socorro porque temia ser linchado. Disse que estava na velocidade limite da via (60 km/h) e não havia feito uso de bebida alcóolica. Porém, o noivo de Jerusa, João Marcos Bandeira, que estava com ela no momento do acidente, disse que o suspeito estava em alta velocidade e aparentou estar bêbado.
Além da CNH vencida, a polícia informou que o suspeito já é investigado por dirigir embriagado. De acordo com o delegado Rodrigo Fagundes, da Divisão Especializada em Prevenção e Investigação de Crimes de Trânsito, o homem não foi preso porque passou o prazo do flagrante. As investigações vão indicar se houve dolo no atropelamento e testemunhas devem ser intimadas para depor nos próximos dias.
Depoimento
O suspeito disse que é natural do Rio de Janeiro, trabalha como fotógrafo e está atordoado desde que perdeu a esposa, morta em fevereiro do ano passado durante um procedimento estético. A BMW está ainda no nome dela. Ele disse que não tem residência fixa e dorme em casas de amigos.
Ele também afirmou que, após o atropelamento, ficou assustado e com medo. “Ele disse que ouviu vozes de pessoas e buzinas de carro e fugiu pela possibilidade de linchamento. Mas nós dissemos a ele que, minutos depois, com um simples telefonema, poderia ter acionado os órgãos competentes e ter se apresentado à polícia, em vez de se esconder”, afirmou o delegado.
Rodrigo Fagundes contou que o homem rodou pelo bairro Buritis, na região Oeste de Belo Horizonte, durante toda a madrugada de domingo e, pela manhã, deixou o carro em frente a uma empresa de lanternagem. Para o delegado, esse é um indício de que ele pretendia consertar o automóvel e esconder a prova do atropelamento. O veículo foi apreendido e estava sendo periciado nesta terça-feira.
O delegado contou ainda que, nesta segunda-feira (13), uma testemunha procurou pela polícia para relatar que teve contato com o suspeito logo após o atropelamento. A pessoa informou que emparelhou o veículo com a BMW e informou ao motorista que uma pessoa havia sido atropelada. Ele teria reagido de maneira estranha à abordagem.
Ao sair da delegacia, o suspeito chorou e afirmou estar consternado com a situação. Contou que está com problemas psicológicos desde a morte da mulher e que faz uso de medicamentos. Disse aos jornalistas que não havia bebido no sábado e não estava em alta velocidade.