(Lucas Prates)
Um comerciante de Belo Horizonte encontrou uma forma inusitada para tentar sensibilizar o ladrão que arrombou a oficina dele em setembro. Com uma faixa afixada na porta do estabelecimento, localizado na região Centro-Sul da capital, o mecânico Welton Borges Rego, de 50 anos, pediu, humildemente, para que o criminoso devolvesse os materiais roubados.Lucas Prates
Welton Borges disse que essa foi a primeira vez que a oficina foi arrombada
Foram levados um notebook, uma máquina de solda e três baterias de carros novas. Os prejuízos são estimados em R$ 15 mil.
O arrombamento foi descoberto na manhã de 26 de setembro, um sábado. “Quando cheguei na oficina e abri o portão, tomei um susto. Estava tudo de cabeça para baixo”, relembra Welton, que fez todos os procedimentos para relatar o crime à polícia.
O comerciante conta que, em 35 anos no local, essa foi a primeira vez que passou por situação semelhante. “A gente fica frustrado, decepcionado. São ‘N’ sentimentos, um universo de emoções que não faz bem para ninguém”, complementou.
A ideia de fazer o apelo veio no dia seguinte. “Quando eu descobri o que havia acontecido, foi muito assustador. Mas depois falei com a minha esposa que iria colocar a faixa. Ela até achou que eu queria caçar confusão, mas não era isso. Eu falei que seria um pedido bem educado”, contou.
Na segunda-feira (28), Welton mandou confeccionar o material, que foi colocado na fachada da oficina durante a semana.
Esperança
Depois de um mês, o mecânico ainda tem esperança de que consiga recuperar os pertences levados pelo ladrão. Segundo ele, o prejuízo foi além dos materiais roubados. Também foi preciso consertar portas e fechaduras danificadas pelo bandido.
“Para algumas pessoas, R$ 15 mil pode não ser nada. Mas para mim é. Para ter esse lucro, preciso trabalhar uns cinco meses, e com a pandemia a situação apertou”, disse Welton Borges.
Até março, a oficina contava com sete funcionários. Agora, são apenas dois trabalhadores. “As pessoas não estão levando os carros para o conserto, estão sem dinheiro. Isso tudo impactou a gente”, frisou o comerciante.