(POLÍCIA MILITAR DE MEIO AMBIENTE/DIVULGAÇÃO)
A baixa do nível do Lago de Furnas e os prejuízos que moradores e comerciantes do entorno enfrentam serão discutidos nesta quinta-feira (20), no Rio de Janeiro, com a direção do Operador Nacional de Furnas (ONF).
Atividades como o turismo e a criação de peixes sofrem com a redução do espelho d’água. Na zona rural de Campo Belo, um criador perdeu sete toneladas de tilápia em uma semana.
Na avaliação de técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), que acompanhavam o empreendimento, faltou oxigênio na água e a temperatura subiu a níveis insuportáveis para os peixes.
O caso é apenas um entre dezenas. O Lago de Furnas está 14 metros abaixo do nível normal na região.
Durante o encontro no Rio de Janeiro, representantes da Associação de Municípios do Entorno do Lago de Furnas (Alago) e dos piscicultores e empreendedores que dependem economicamente do lago irão pedir indenização.
De acordo com o presidente da Alago, Fausto Costa, a cota mínima do reservatório foi estabelecida em 762 metros acima do nível do mar, mas não está sendo cumprida. “Se fosse, as atividades econômicas no entorno poderiam ser mantidas”, afirmou.
No último dia 12, o nível ficou em 753 metros, com um volume útil de 11,49%. Em novembro de 2011, era de 59%, bem acima dos 15,9% medidos no mesmo mês deste ano. A redução drástica das águas do reservatório é atribuída à escassez de chuvas na região nos últimos meses e à abertura das comportas da represa.
Mesmo com a chegada do período chuvoso, o nível do lago não deverá subir rapidamente. “Furnas é um reservatório natural da água da chuva de toda a região, mas é abastecido por rios e córregos que vêm de muito longe e que, primeiro, abastecem os próprios leitos e bacias. Só depois, com a terra já encharcada, a água correrá para o lago”, observou Fausto.