(André Brant/Hoje em Dia)
As alterações a serem implementadas no hipercentro de Belo Horizonte não interferem apenas o vaivém de pedestres e motoristas. O novo trânsito também pode afetar as vendas na região, o que já deixa comerciantes em alerta. Eles temem que, a exemplo do que ocorreu nas avenidas Silviano Brandão e Pedro II – onde vários lojistas fecharam as portas logo após mudanças de circulação – os fregueses desapareçam com as intervenções determinadas pela BHTrans. Na última quinta-feira (14), a empresa anunciou que, com a implantação das mudanças de circulação, percorrer o hipercentro de Belo Horizonte a pé, seguindo pela avenida Afonso Pena, da esquina com a rua Curitiba em direção à rua da Bahia, ficará até quatro minutos e meio mais rápido. O estacionamento localizado na avenida Amazonas, atrás da Unidade de Atendimento Integrado (UAI), é um dos estabelecimentos que mais está em risco. “Hoje, vários clientes chegam pela Afonso Pena e viram à direita para acessar a garagem. Quando a conversão for proibida, eles terão que dar uma longa volta para chegar até aqui”, observa o gerente Edson José Vaz. “Nesse caminho, podem achar outros locais que ofereçam o serviço. É certo que perderemos dinheiro”. O deslocamento de pontos de ônibus preocupa Romero Xavier, dono de uma farmácia localizada na rua Curitiba, entre Afonso Pena e Tupinambás. “Com a mudança no sentido desse quarteirão, as pessoas que aguardam a chegada do coletivo estarão mais distantes da loja. Espero que isso não as impeça de atravessar a rua para fazer alguma compra”. Ele ressalta que, há pouco tempo, já sofreu um baque nas vendas com a implementação do Move e a saída de pontos de ônibus da porta do comércio. Vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH), Marco Antônio Gaspar adianta que a entidade tomará medidas caso as vendas de muitos estabelecimentos sejam prejudicadas. “Não é praxe da BHTrans ouvir os comerciantes. Por isso, temos problemas com tanta frequência”, reclama.