Comissão de Direitos Humanos quer ouvir delegado que teria atirando na namorada

O delegado Geraldo do Amaral Toledo Neto, principal suspeito de atirar na cabeça de uma adolescente de 17 anos, em Ouro Preto, na região Central de Minas, no último domingo (14), será convocado pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia de Minas Gerais (ALMG), para prestar esclarecimentos sobre a tentativa de homicídio. A jovem, que seria namorada do policial, está internada em estado gravíssimo no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, em Belo Horizonte. Em nota divulgada nesta quarta-feira (17), o deputado Durval Ângelo, presidente da Comissão, disse que vai pedir também a Corregedoria da Polícia Civil (PC) que tome providências sobre as denúncia de outros crimes envolvendo o titular.  Desde a noite de segunda-feira (15), por determinação da chefia da PC, a Corregedoria-Geral assumiu a condução das investigações sobre o caso. O deputado destaca que aprovou um requerimento que será enviado ao chefe da PC pedido as cópias dos documentos referentes as investigações sobre o delegado. De acordo com o parlamentar, o delegado já esteve à frente da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Dopcad). “A Dopcad tem a função de proteger esses jovens. E o delegado está envolvido com uma menina de 17 anos, com quem se relaciona desde os 15”. Além disso, ele ressaltou que o delegado está envolvido em diversos crimes como falsificação de documentos e máfia do caça-níquel. “Só não foi mandado embora porque tem proteção política”, disse.    Além dessas denúncias, o delegado foi filmado em uma loja de um shopping popular da capital apontando uma arma para seguranças e uma vendedora. Ele tentava comprar uma capacete de R$ 450 por R$ 300, porém, a lojista teria recusado a oferta e acabou sendo agredida por ele. Nessa terça-feira (16), foi cumprido o mandado de busca e apreensão na casa do suspeito e o carro em que o casal estava no domingo, dia do crime, também foi apreendido para perícia.   A prisão temporária do delegado, decretada pela Justiça, indica um prazo de 30 dias para investigação e conclusão do inquérito. Segundo a PC, a partir de depoimentos de testemunhas, a corregedoria cruzará informações a fim de realizar novas diligências capazes de esclarecer o caso. O resultado oficial do exame residuográfico feito pela perícia na estudante internada no hospital ainda não foi divulgado.   Conforme a assessoria de imprensa da Polícia Civil, o delegado Geraldo de Toledo pode até ser demitido da polícia caso seja confirmado a sua autoria no crime. Foi revelado também que, no dia 19 de março deste ano, Geraldo Toledo foi indiciado pela Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente por agressão a essa mesma jovem. Delegado é investigado por receptação e formação de quadrilha. Em 2011, Geraldo de Toledo foi detido em São Joaquim de Bicas, região central de Minas Gerais. Ele é investigado pela Corregedoria da Polícia Civil por receptação de veículos roubados e formação de quadrilha, mas responde em liberdade. O homem já foi casado com a a promotora de Justiça Mônica Toledo.