(Reprodução / Redes Sociais)
Um concurso de fantasia de uma empresa de telemarketing de Belo Horizonte causou polêmica nas redes sociais após uma participante aparecer caracterizada com "blackface", expressão americana usada para pessoas brancas que pintam o rosto com tinta preta para simular a raça negra. A prática é considerada ofensiva e racista. A publicação que continha a foto da controversa fantasia foi retirada do ar na manhã desta quinta-feira (23).
A caracterização da participante reforçava ainda outros estereótipos negativos da população negra, apresentando peitos e bunda exagerados e até um carrinho de feira. A página Mundo Negro, que se dedica a falar sobre a negritude brasileira, comentou que essa distorção dos traços negroides, como boca, nariz e cabelo faz com que pessoas negras sempre sejam retratadas de "forma ridicularizada e desproporcional".
Em uma publicação compartilhada em 15 de fevereiro, a empresa de telemarketing estabeleceu uma regra que dizia que "fantasias taxativas ou que expressem preconceito" seriam impedidas de desfilar.
"O blackface também coloca o personagem negro como desastrado, desengonçado, preguiçoso, mau caráter, perigoso. Tudo ligado ao negro era ruim. Lidamos com a herança dessa prática racista até hoje”, ressaltou a Mundo Negro.
Essa discussão surge após uma escritora mineira lançar nas redes sociais, nesta semana, uma campanha para mudar o nome do tradicional bolo de chocolate conhecido como 'nega maluca'. O objetivo é conscientizar as pessoas, já que a receita é atribuída a uma mulher escravizada.
O Hoje em Dia entrou em contato com a emrpesa que realizou o concurso de fantasia e aguarda retorno.
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