Confira sete dicas para garantir que seu filho tenha boa relação com a comida desde cedo

Izamara Arcanjo
Especial para o Hoje em Dia
16/11/2021 às 16:25.
Atualizado em 05/12/2021 às 06:15
 (Banco de imagens/ Freepik)

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Promover a educação alimentar de uma criança não é tarefa fácil para a maioria dos pais. Entretanto, apesar de ser algo que exige dedicação, pode ser um processo muito compensador.

Para a nutricionista franco-brasileira e doutora pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Sophie Deram, com a educação alimentar desde os primeiros anos de vida, os pais estarão poupando os filhos de vários problemas em relação à alimentação, e fazendo com que eles sejam adultos mais felizes. “Criar um filho em paz com a comida é o melhor presente que uma mãe ou pai pode oferecer", afirma.

A Ph.D. em nutrição, que também é autora do livro ‘O Peso das Dietas’, avalia que não se trata de fazer um terrorismo alimentar com as crianças e muito menos estabelecer uma relação de culpa com os alimentos, mas prevenir a obesidade infantil, que, uma vez instalada, é muito mais difícil de ser tratada. “Voltar a um padrão mais magro é penoso para o adulto, imagine para uma criança”, avalia Deram.Divulgação / N/A

Sophie separou algumas dicas para ajudar os pais a garantirem que seus filhos tenham uma relação saudável com a comida desde cedo

Especialista no tratamento de transtornos alimentares, Sophie trabalha com obesidade infantil há mais de 15 anos. Ela separou algumas dicas para ajudar os pais a garantirem que seus filhos tenham uma relação saudável com a comida desde cedo:

1 - Não estabeleça dieta restritiva - a criança precisa de energia, pois está em fase de desenvolvimento, e deixá-la com fome pode prejudicar a saúde mental. Estudos apontam que meninas jovens submetidas a uma dieta muito restritiva têm até três vezes mais possibilidades de desenvolverem obesidade na vida adulta.

2 - Não insista demais e não perca a paciência - pressionar a criança a comer, ficar nervoso diante de uma recusa ou insistir demais são erros comuns e que só atrapalham o processo, tornando a hora da refeição estressante e traumática. "É preciso ter paciência, ter criatividade e bom humor, usando palavras de incentivo. Manter contato visual e conversar com a criança também ajuda bastante", avalia.

3 - Ofereça variedade no prato - alimentos devem ser frescos e caseiros, com a maior variedade possível, buscando torná-los atrativos. Crianças podem ser incentivadas, desde cedo, a experimentar de tudo de maneira saudável. O ideal é montar um cardápio semanal contemplando diferentes tipos de grãos, proteínas, legumes, verduras. "Se hoje a criança comeu frango, cenoura, brócolis e arroz integral, por exemplo, amanhã o cuidador oferece peixe, grão de bico e outros tipos de legumes. É muito importante variar bastante e montar pratos saborosos, coloridos e atrativos visualmente, pois é assim que se cria um paladar rico e diversificado", diz a especialista.

4 - Estimule os cinco sentidos - deixe o bebê explorar os alimentos livremente. "Os vegetais e carnes devem ser cortados em pedaços, em cortes seguros para não haver engasgo, e ofertados para que a criança os segure com as mãos, possa sentir o cheiro, o gosto e a textura. A comida nunca deve ser batida no liquidificador ou em processadores", sugere Sophie.

6 – Elimine as distrações à mesa - um erro comum entre pais e cuidadores é recorrer à distrações na tentativa de fazer a criança aceitar o alimento com mais facilidade. Segundo a nutricionista, essa é uma grande armadilha, porque o bebê passa a associar aquela distração - seja TV, tablet, música alta etc) - à hora de comer, e depois será difícil fazer essa dissociação. "Não apele para esse tipo de artifício, e não se desespere se seu bebê não comer tudo o que for oferecido, ou mesmo se alguns dias demonstrar desinteresse pelo alimento. Isso é natural e faz parte do processo, preocupe-se mais com a variedade e a qualidade do que é oferecido do que com a quantidade que a criança come".

7 - Proporcione um ambiente tranquilo e confortável - o local em que a criança come e como ela está se sentindo na hora da refeição é outro fator importante. O ambiente e o contexto em que as refeições são oferecidas devem ser observados. A criança precisa se sentir confortável, então, verifique se a comida é oferecida em um local adequado, e se não tem algum fator que cause irritação. Outro ponto a se atentar é o quão barulhento ou agitado está o ambiente. "Se há muito estímulo ( muitas pessoas passando ou falando), a criança pode se distrair e deixar o alimento de lado", afirma.

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