(Flávio Tavares/Hoje em Dia)
O Conjunto Moderno da Pampulha será candidato à inscrição na Lista do Patrimônio Mundial da Unesco. O anúncio oficial será feito nesta sexta-feira (12), no Museu de Arte da Pampulha, na capital. Na solenidade, o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, apresentará à presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Jurema Machado, o dossiê de candidatura e a marca que simbolizará a campanha pelo título. Participarão do evento representantes da Unesco no Brasil, do Itamaraty, do Ministério da Cultura e do Comitê Técnico que reúne especialistas das esferas federal, estadual e municipal participantes do processo de formulação do dossiê, o qual contou com assessoramento e supervisão da Assessoria de Relações Internacionais do Iphan. O dossiê apresenta ao Comitê do Patrimônio Mundial levantamento completo sobre os aspectos relevantes do Conjunto da Pampulha, legitimando sua importância como patrimônio cultural moderno para o mundo. Após a entrega oficial do documento, haverá uma missão de avaliação ao local, em 2015, de um especialista indicado pelo ICOMOS – Conselho Internacional de Monumentos e Sítios, órgão assessor para bens culturais junto ao Secretariado da Convenção do Patrimônio Mundial. Mediante elaboração de um parecer técnico conclusivo, uma comissão avaliadora de técnicos da Unesco apresenta-o, em 2016, ao Comitê do Patrimônio Mundial, que decidirá se concede ou não o título de Patrimônio Mundial ao complexo da Pampulha. A cerimônia de entrega oficial do dossiê de candidatura ocorrerá no mesmo dia da comemoração da fundação de Belo Horizonte, ocasião em que será apresentado vídeo sobre a candidatura, que tem como apresentador principal o autor do complexo, o arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012). Conjunto Moderno da Pampulha A Igreja de São Francisco de Assis, a Casa de Baile, o Iate Tênis Clube, o Cassino (atual Museu de Arte da Pampulha) e a Casa Kubitscheck compõem o conjunto arquitetônico e paisagístico inaugurado na região da Pampulha em 1943, durante a gestão de Juscelino Kubitscheck como prefeito de Belo Horizonte. O complexo teve como projetista o arquiteto Oscar Niemeyer, que incluiu o paisagismo de Roberto Burle Marx, os painéis de Cândido Portinari e as esculturas de Alfredo Ceschiatti. A Igreja de São Francisco de Assis, incluindo suas obras de arte, tombada em 1947, destaca-se como o primeiro monumento moderno a receber proteção federal no país. O Iphan tombou todo o conjunto em 1997. As formas curvas e as qualidades plásticas do concreto armado que compõem as construções da Pampulha representam a materialidade de um momento histórico para a arte e a arquitetura brasileiras, o Movimento Modernista. (*Com Secretaria de Estado de Cultura)