Construções são salvas da ruína em Santa Luzia

Renato Fonseca - Hoje em Dia
13/03/2013 às 06:59.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:50
 (Frederico Haikal)

(Frederico Haikal)

A pilha de telhas espalhadas pelo chão, os andaimes em volta dos imóveis e o barulho incessante do trabalho braçal dos operários trazem, nos últimos dias, esperança para os moradores de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Após longa espera, a estação ferroviária e um casarão do século 19, antes entregues ao abandono, começam a ser recuperados.

As obras emergenciais nas construções conhecidas como Estaçãozinha – datada de 1893 – e Casa Tófani visam garantir a integridade dos imóveis. As estruturas, até pouco tempo destelhadas e com as paredes danificadas, demandavam reparos urgentes para não ruírem. Na sequência, até o início do segundo semestre de 2013, virão os projetos de revitalização e novo uso dos espaços.

Denúncia

A recuperação das edificações, tombadas pelo município e localizadas no bairro Ponte, começou após o Hoje em Dia denunciar o abandono e o descaso delas. A antiga estação pegou fogo em junho do ano passado. O casarão foi avariado por uma tempestade em 2011.

A previsão é a de que as intervenções terminem na sexta-feira, conforme informou a Prefeitura de Santa Luzia, responsável pelos reparos.

“Esse investimento inicial para os telhados e parte das paredes é de aproximadamente R$ 100 mil. É uma obra emergencial para que o patrimônio não venha abaixo. Vamos projetar a restauração e definir o que será feito depois”, diz o secretário Municipal de Cultura, João Flores.

Para a Associação Cultural Comunitária de Santa Luzia, órgão que luta pela preservação do patrimônio histórico da cidade, o reparo é importante, mas meramente paliativo, não acabando com o descaso.

“Precisava ser feita alguma coisa e foi, mas ainda é muito pouco. O restauro completo deve vir com urgência e vamos continuar lutando por isso”, afirma o presidente da entidade, Márcio de Castro Silva.

A revitalização da estação ferroviária estava prevista no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Históricas, lançado em 2009. Porém, passados quatro anos, não houve liberação de verba. Procurado, o Ministério da Cultura se limitou a informar que as propostas entregues na época estão sendo analisadas para serem executadas em “médio e curto prazo”, mas que não há prazo definido.

Não bastasse mais esse entrave, a aposentada Maria Silva Borges, de 50 anos, moradora do bairro Carreira Cumprida (próximo à estação), chama a atenção para outro problema.

“Essa área está toda degradada e ninguém faz a capina no entorno da praça”, adverte a luziense. De fato, há mato e lixo por todos os lados. Segundo a prefeitura, a limpeza do espaço será feita nos próximos dias. 

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