(Eugênio Moraes/Hoje em Dia)
A construtora Edifica Engenharia tem até dez dias para estabilizar e recuperar o trecho da rua Cabo Verde, entre as ruas Muzambinho e Jornalista Jair Silva, no bairro Cruzeiro, na zona Sul de Belo Horizonte. Na quinta-feira (26), o muro de arrimo que segurava o terreno cedeu e metade da via desabou.
“Temos dez dias, mas queremos terminar em cinco”, afirmou o engenheiro Gustavo Lourenço Valadares Gontijo, responsável pela obra.
Por medida de segurança, a Defesa Civil Municipal interditou três prédios, sendo dois em frente à obra e um ao lado. A empreiteira deverá custear diárias em um hotel da região para as 16 famílias afetadas.
Ontem, os moradores expressavam suas revoltas, alegando que a tragédia havia sido anunciada. A advogada Andrea Vidal, de 36 anos, que reside no prédio da esquina da rua Cabo Verde com Muzambinho, reclamou dos procedimentos adotados pela construtora e pelos órgãos públicos. “Por que não fizeram a contenção do muro ao invés de deixar cair?”, questionou.
Perito aponta erro
Contratado pelos vizinhos da obra, há mais de um ano, para avaliar os riscos que a construção poderia oferecer aos prédios da região, o engenheiro civil e perito, Lincoln Dias Oliveira, aponta que houve erro.
“Havia no início da intervenção um método executivo. Houve um acordo no Ministério Público para minimizar os problemas. A obra foi embargada e retornaram com a intervenção em um momento que não é muito propício”, disse o engenheiro, que completou: “Mas está muito claro que a escolha de método e execução foi equivocada”.
Buritis e Pirajá
Na rua Américo Campolina Rezende, no bairro Pirajá, onde parte de um prédio desabou na quarta-feira pela manhã, funcionários da obra vizinha fizeram a limpeza dos escombros. A recuperação do edifício deve ser iniciada assim que o muro de arrimo estiver pronto.
No bairro Buritis, onde um prédio veio abaixo no ano passado, outra construção está em situação de risco. Desta vez é na rua Tereza Mota Valadares, no número 209. Há risco de tombamento de muro e deslizamento de terra do vizinho. A Defesa Civil recomendou o isolamento da área, mas não interditou o prédio.