Conta do vandalismo em BH chegará a R$ 5 milhões, o dobro do que a prefeitura gastou em 2012

Renato Fonseca - Hoje em Dia
18/09/2013 às 06:56.
Atualizado em 20/11/2021 às 12:30

Depois da série de protestos que reavivou, sobretudo em junho, a participação democrática, mas também levou o caos para as ruas de diversas cidades brasileiras, os gastos da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para recuperar o patrimônio público vão dobrar neste ano.

Cálculo feito pela Secretaria Municipal de Regulação Urbana estima que o prejuízo anual com o reparo de placas, lixeiras, luminárias e praças, que em média gira em torno de R$ 2,5 milhões, deve chegar a R$ 5 milhões até o fim do ano.

O montante seria suficiente para erguer nada menos do que 60 unidades habitacionais na capital mineira, como as do programa Vila Viva.

Na terça-feira (16), exatos três meses depois do primeiro protesto em Belo Horizonte – que seguiu da Praça 7, no Centro, até a avenida Antônio Carlos, na Pampulha –, a reportagem do Hoje em Dia refez o trajeto de aproximadamente nove quilômetros. Parte dos estragos deixados após confrontos entre manifestantes e policiais militares ainda permanece ao longo das vias públicas.

Só prioridades

Frases e palavras de impacto grafadas em letras garrafais ou em vermelho gritante estão espalhadas por viadutos, lixeiras e estações do BRT (sigla em inglês para transporte rápido por ônibus). Algumas muretas de proteção e postes de iluminação seguem danificados, e em alguns pontos até o asfalto está deteriorado devido ao fogo ateado na pista.

Tiago Fantini, gerente do projeto “Movimento Respeito por BH”, ligado à secretaria de Serviços Urbanos, reconhece que o trecho ainda carece de reparos. Segundo ele, a prefeitura da capital tem dado prioridade ao conserto de abrigos de ônibus, radares e placas de sinalização de trânsito.

Mais de 7 mil metros quadrados de viadutos e trincheiras foram limpos. “Esse serviço é rotineiro. Muitas pichações são novas, pois limpamos recentemente os elevados. Em alguns casos, o trabalho é feito em até 72 horas”, diz Fantini. Não há prazo para que a situação seja normalizada nos demais locais danificados.

 
Crime gera multa ou prisão por até seis meses
 
Considerado pela legislação brasileira um crime de “menor potencial ofensivo”, o vandalismo pode gerar, no máximo, detenção de um a seis meses ou multa. Durante as manifestações ocorridas de junho para cá, várias pessoas foram presas em BH. A maioria liberada. Poucos permanecem encarcerados, mesmo os que já tinham passagem na polícia por outros crimes.

No caso das pichações, em Belo Horizonte, segundo a Secretaria de Regulação Urbana, o combate é feito por meio de ações preventivos e pela repressão, com a ajuda da polícia.

Na primeira frente, projetos educativos têm sido adotados principalmente nas instituições de ensino. Além disso, convênios foram firmados com órgãos de segurança e do Judiciário para que sejam estabelecidos os trâmites legais para as punições, como trabalhos de restauração do bem depredado e o pagamento de multa, que varia de acordo com o dano.

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