(Divulgação)
Nas redes sociais e nos aplicativos de mensagens não é difícil receber vídeos e textos sobre o “perigo” oferecido pelas vacinas. Esse tipo de conteúdo tem, inclusive, trazido prejuízos ao combate às doenças. Para desmitificar o assunto, o tema será debatido hoje em um local bastante inusitado da capital: no boteco.
A proposta integra a quarta edição do Pint of Science, considerado o maior evento internacional sobre divulgação científica, que começou nesta segunda-feira (20). Neste ano, o projeto é realizado em 85 cidades brasileiras e em outros 23 países.
“Essa vontade de falar sobre ciência em mesa de bar combina com o mineiro, que tem a referência de dividir esse espaço para assuntos diversos. Cientistas querem falar sobre pesquisas, e a população quer saber sobre elas”, frisa a coordenadora do Pint of Science em Minas, Marina Andrade.
Imunização
Uma das palestras de destaque será na Cantina do Lucas, tradicional restaurante no Edifício Maletta, no Centro de Belo Horizonte. O tema será apresentado pelos pesquisadores Olindo Assis e Shirley Lima, respectivamente das fundações Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Ezequiel Dias. A dupla vai abordar os benefícios da imunização, além de combater algumas fake news que circulam, principalmente, na internet.
De acordo com Shirley, o momento é importante para discutir esse assunto, uma vez que as informações falsas acabam levando muitas pessoas a desacreditarem da eficácia da proteção. “De acordo com esses conteúdos, vacinas causam, por exemplo, autismo e alergias, o que é um absurdo. Atualmente, as doses evitam, em média, 3 milhões de mortes por ano”.
Levar o assunto para a mesa do bar, porém, ajuda a desburocratizar o tema, avalia a especialista. “Será em um ambiente descontraído, por isso tentaremos esclarecer as dúvidas para as pessoas leigas”, diz a pesquisadora.
Receptividade
Até esta quarta-feira (22), a população também poderá participar de bate-papo sobre a representatividade da mulher na produção científica, o uso de venenos de aranha para tratamento de doenças e, até mesmo, a ciência por trás do futebol. Ao todo, na metrópole, cinco bares abriram as portas para o projeto.
Segundo Marina Andrade, esses locais foram muito receptivos. “As pessoas gostam do formato, pedem para ocorrer mais vezes. Mas como é um projeto internacional, isso fica difícil, pois depende de um cronograma e de recursos”, explica.Editoria de Arte