A mobilização de familiares e amigos da universitária mineira Laís Moreira Martins surtiu efeito e o corpo da jovem de 25 anos foi liberado para ser trazido de volta ao Brasil. Os restos mortais, porém, só devem chegar a Belo Horizonte na próxima semana.
A estudante, que cursava medicina em Buenos Aires, na Argentina, faleceu no último domingo (4) após sofrer duas paradas cardíacas. Depois do óbito, parentes foram informados de que o corpo só seria liberado após a conclusão de exames periciais, que poderiam demorar até 60 dias.
Inconformados com o prazo, familiares e amigos iniciaram campanha nas redes sociais para pressionar as autoridades argentinas e também exigir a colaboração do governo brasileiro. "Graças à mobilização conseguimos a liberação do corpo em um tempo recorde", contou o empresário José Giglio da Silva, padrasto de Laís.
Conforme ele, o Consulado do Brasil entrou em contato com a mãe da estudante nesta quarta-feira (7) e intermediou uma conversa com a embaixada da Argentina. O promotor e o juiz foram informados de que a mineira tinha deficiência imunológica e não possuía o baço.
"Como o corpo de Laís não tinha sinal de violência, eles abriram mão dos exames toxicológico e histopatológico", explicou Giglio. Ainda conforme o empresário, o laudo relatório inicial da autópsia indicou que a universitária teve edema pulmonar e insuficiência renal.
Traslado
O padrasto da universitária disse que o corpo não será removido para a capital mineira nos próximos dias porque a Argentina está em feriado prolongado e os cartórios só irão abrir na próxima segunda-feira (12). Por isso, a expectativa é de que a certidão de óbito e outros documentos fiquem prontos em meados na semana que vem e que o corpo seja transportado para BH entre quinta (15) e sexta-feira (16).
Ao Hoje em Dia, o Ministério das Relações Exteriores garantiu que prestou todo o apoio aos parentes de Laís, "inclusive no que se refere à expedição de documentos (como certidão de óbito) junto às autoridades locais, levantamento de orçamentos junto a funerárias e outras providências relacionadas à agilização do translado do corpo".
O Itamaraty comunicou, porém, que não pode ajudar com os custos do traslado, já que "não existe previsão orçamentária ou legal para o custeio do translado de corpos de nacionais brasileiros falecidos no exterior". Na campanha realizada por meio da internet, contudo, os amigos da jovem conseguiram arrecadar aproximadamente R$ 30 mil para bancar com o traslado.
O anúncio da liberação do corpo aconteceu horas após colegas da mineira realizarem protesto em frente ao Consulado-Geral do Brasil na Argentina.
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Os restos mortais da jovem devem chegar no Brasil entre quinta e sexta da semana que vem
O caso
A estudante estava em Buenos Aires há dois anos para cursar medicina. Lá, ela dividia o apartamento com outras estudantes, que foram as responsáveis por fazerem os primeiros-socorros na mineira.
De acordo com a família, a universitária começou a passar mal no sábado (3), sendo que na manhã do dia seguinte foi encaminhada ao Hospital Fernadez, onde deu entrada com dores no corpo, febre e manchas na pele. Na unidade de saúde, porém, ela sofreu duas paradas cardíacas, não resistiu e morreu.
Como a causa da morte não foi esclarecida, o corpo da jovem foi para o Morgue Judicial, uma espécie de Instituto Médico Legal (IML), sendo periciado.