(Wesley Rodrigues)
Tem gente que comprou Fuleco, o mascote da Copa, a bola Brazuca e a camisa oficial. E teve também quem bateu ponto em todos os estádios para carimbar o passaporte do Mundial. Fã que é fã, não importa de qual seleção, guarda algum souvenir. A duas semanas do fim do Mundial, ainda há quem não tenha concluído o souvenir mais cobiçado, o álbum de figurinhas. O encarte com as 32 seleções virou febre nos meses que antecederam o início do maior evento esportivo do planeta, mas a mania ainda não esfriou para muita gente, mesmo passada a primeira metade do torneio.
Os irmãos Welerson Júnior e Wesley Cândido Morais, de 12 e 10 anos, por exemplo, querem encerrar os “trabalhos” logo e completar o álbum antes que a Copa termine. “Faltam quatro cromos, mas temos que terminar antes do fim do torneio, porque aí vai ficar difícil”, diz o mais velho, que “comanda” a troca das figurinhas repetidas. Acompanhados dos pais, eles aproveitam o tempo livre nas férias para tentar, na Barragem Santa Lúcia, zona Sul de Belo Horizonte, point dos colecionadores, bater o martelo e descansar da função.
A essa altura do campeonato, literalmente, é o mesmo que deseja o analista de produção Thiago Drummond Rabello, de 30 anos. Terminar o que começou. Não satisfeito em fazer um álbum só, ele partiu para o segundo. Neste, porém, só entram os titulares. “Tive que fazer (o segundo), já que (a editora) lançou pacotes somente com os jogadores titulares. Pra mim, ainda faltam seis”, comenta ele, sem se importar com a opinião de quem o considera “velho demais” para colecionar figurinhas.
“Acho que álbum de figurinha não tem muito de idade, porque quem não fez quando criança, uma hora vai querer matar a vontade”, diz.
Paixão de criança E quer saber? Por um lado, os preconceituosos têm uma ponta de razão. Os adultos se renderam, mas quem se apaixona mesmo são as crianças. Alice Linhares, de 9 anos, arrastou o pai do Alphaville Lagoa dos Ingleses, em Nova Lima, na Grande BH, para o Clubinho da Troca, na Barragem Santa Lúcia. “Não tinha em mente começar a coleção, mas minha professora estava falando sobre Copa e decidi fazer o álbum para ficar mais por dentro”, conta.
Apesar da vestimenta, já que acabava de voltar da aula de tênis, é do futebol mesmo que a menina gosta. “O Japão foi a seleção que completei primeiro, e o Brasil até hoje está incompleto. O que vinha todo dia era o Gervinho (da seleção marfinense)”, disse, mostrando intimidade com o assunto.
A prima dela, Letícia Santana, de 7 anos, também não perdeu tempo. Um pouco atrasada, ela começou somente na última sexta-feira a garimpar cromos para completar o encarte. “Estou achando muito legal e já quero terminar logo”, disse, animada.
Se é coisa de gente grande ou pequena, ninguém sabe, mas certo é que está todo mundo fazendo. Quem não tem ainda, dá tempo.
Também na versão online
Neste ano, o torcedor também pode completar a versão online do álbum da Copa. O site da Fifa traz 11 figurinhas de jogadores de cada seleção, dentre outros cromos, totalizando 391. Para completar a coleção virtual, o usuário deve digitar os códigos encontrados no verso das figurinhas de papel, mas das especiais, aquelas com efeitos holográficos, como a dos escudos dos times.
Também é possível trocar cromos repetidos com usuários conectados, que também estejam fazendo a versão online do encarte.