Cota de partos no Sofia Feldman exclui 300 municípios; restrição é condição para assegurar verba

Tatiana Lagôa
tlagoa@hojeemdia.com.br
26/06/2018 às 19:52.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:01
 (FLAVIO TAVARES – Arquivo hoje em dia)

(FLAVIO TAVARES – Arquivo hoje em dia)

Referência em assistência a gestantes de alto risco, recebendo pessoas de mais de 300 municípios mineiros, o Hospital Sofia Feldman restringiu a atuação a pacientes de Belo Horizonte, Santa Luzia e Ribeirão das Neves. A meta da Secretaria Municipal de Saúde é chegar a julho de 2019 realizando apenas 22% dos partos de mulheres de outras cidades na maternidade. 

Isso significa que dos mil nascimentos ocorridos a cada mês no Sofia, apenas 225 serão de outras localidades. A decisão faz parte do plano de reorganização da obstetrícia do Sistema Único de Saúde (SUS) da cidade. 

A ideia é garantir os partos eletivos de moradores de outros municípios apenas quando houver convênio com a prefeitura da capital. A única exceção são os atendimentos emergenciais.

No caso do Sofia Feldman, a restrição já passa a valer neste mês. Se ao menos 56% dos nascimentos no hospital não forem dos três municípios conveniados, a maternidade não receberá os R$ 500 mil prometidos pela prefeitura. Em outubro, a meta já terá que ser 63%, ou seja. 

Segundo a diretora da linha de políticas institucionais da maternidade, Tatiana Coelho Lopes, alcançar esses números será um desafio porque a quantidade de pacientes dos três municípios ainda não soma o esperado pelo Executivo. “Vamos até entrar em contato com as prefeituras para pedir que haja um direcionamento de grávidas para cá”, conta. 

Para ela, a mudança vai contra a política do local, considerado referência justamente por ter portas abertas para gestantes de todo o Estado. “O acesso à saúde tem que ser garantido. Sabemos que pessoas de outras localidades nos procuram porque o sistema no interior é mais fragilizado do que na capital”, pondera.

Ela explica que a utilização das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) neonatais terá um foco mais ampliado do que os partos. Como acordado com o Governo do Estado, 102 cidades do entorno da capital podem usar a estrutura. 

e passa a ter 30

Crescimento

O esforço para reduzir pacientes de outras localidades segue na direção contrária da demanda. Em nota, a Secretaria de Saúde de Belo Horizonte destacou que de 2007 a 2017 houve aumento de 3.657 nascimentos de não residentes em Belo Horizonte na rede SUS da cidade. 

Já os partos de belo-horizontinos caíram em 2.543 no mesmo período. Segundo a pasta, a mudança “é importante também para a maternidade organizar melhor fluxos, altas e alinhamentos com pré-natal, visando qualidade de direitos”, diz a nota. 

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