CPI cobra varredura em 32 barragens 'liberadas' da Vale

Simon Nascimento
02/05/2019 às 21:36.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:29
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

Barragens da Vale em Minas que tiveram a estabilidade assegurada pela Tüv Süd deverão passar por novas e minuciosas fiscaliza-ções de órgãos federais e estaduais. Requerimento que recomenda a varredura foi aprovado ontem pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que investiga a tragédia de Brumadinho, na Grande BH. A empresa alemã atestou as condições da estrutura que se rompeu em 25 de janeiro, que provocou um rastro de destruição e a morte de 233 pessoas.

Atualmente, há 105 reservatórios da mineradora em Minas. Conforme os parlamentares, 32 tiveram a segurança comprovada após a inspeção de técnicos da Tüv Süd. A relação dos locais, no entanto, não foi informada. Uma solicitação será feita nos próximos dias, junto ao Ministério Público, para garantir que as barragens sejam verificadas pela Agência Nacional de Mineração e Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). 

Silêncio

Na reunião, dois engenheiros da Tüv Süd que assinaram o último laudo de estabilidade da Mina Córrego do Feijão foram convocados para prestar esclarecimentos. Makoto Namba e André Jum Yassudi ouviram mais de cem perguntas dos deputados, mas não responderam a nenhuma.

O direito ao silêncio foi garantido em habeas corpus concedido por um desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). A cada questionamento, eles se limitavam a dizer que, por orientação do advogado, “permaneceriam em silêncio”. Defensor dos investigados, Augusto Botelho chamou de “equívocos” as críticas dos parlamentares e as afirmações de que os clientes teriam alguma responsabilidade no rompimento da barragem. “As perguntas feitas pelos nobres deputados já foram respondidas em cinco depoimentos que eles prestaram ao Ministério Público e à Polícia Federal”, disse Augusto Botelho.

Em nota, a Vale informou que “todos os contratos com a Tüv Süd para monitoramento de barragens foram descontinuados”. A empresa alemã não deu detalhes das estruturas citadas. Em nota, disse que não está comentando sobre o rompimento da estrutura de Brumadinho e que tem cooperado com as investigações.

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