CPI da Pandemia ouve Wizard sobre 'gabinete paralelo' nesta quarta; veja ao vivo

Da Redação (*)
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30/06/2021 às 09:13.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:17
 (Reprodução/TV Senado)

(Reprodução/TV Senado)

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia ouve, nesta quarta-feira (30), o empresário Carlos Wizard Martins, apontado como integrante do “gabinete paralelo”, que teria orientado Bolsonaro sobre assuntos relacionados à pandemia, e já inserido na lista dos 14 primeiros investigados da CPI. Inicialmente, o depoimento estava marcado para 17 de junho, mas ele não compareceu. Nesta quarta, o testemunho está marcado para às 9h.

Acompanhe ao vivo:

Ao saber que seria convocado pela comissão pela primeira vez, o empresário tentou inicialmente ser ouvido por videoconferência, o que foi negado. Apesar de ter obtido habeas corpus – concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, para não responder a perguntas que o incriminassem – o empresário, que estaria nos Estados Unidos desde 30 de março, não se apresentou ao colegiado, o que o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), definiu à época como um desrespeito "não com a CPI, mas com o STF".

Após os integrantes da CPI decidirem que, além do pedido de condução coercitiva autorizado pelo STF, eles acionariam a Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) para localizar Wizard, advogados do empresário procuraram os senadores e informaram que o cliente se apresentaria em data e hora agendadas pela comissão. O empresário retornou ao Brasil na segunda-feira (28).

A Justiça Federal em Campinas (SP) autorizou a retenção do passaporte do empresário, o que foi feito assim que ele desembarcou no Aeroporto de Viracopos (SP).

A convocação de Wizard foi solicitada por meio de requerimento apresentado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que julga ser essencial “esclarecer os detalhes de um 'ministério paralelo da saúde', responsável pelo aconselhamento extraoficial do governo federal com relação às medidas de enfrentamento da pandemia, incluindo a sugestão de utilização de medicamentos sem eficácia comprovada e o apoio a teorias como a da imunidade de rebanho”. Também foram aprovados requerimentos para quebra de sigilo bancário, telefônico, telemático e fiscal de Wizard.

Aconselhamento

À CPI, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, também investigado pela comissão, afirmou que o empresário atuou informalmente como seu conselheiro por um mês. Wizard teria sido indicado para uma secretaria do órgão, mas recusou o convite.

Quando ouvida pela comissão, em 1º de junho, a médica Nise Yamaguchi, também apontada como integrante do “assessoramento paralelo”, disse que ela e Wizard participaram da criação de "um conselho consultivo independente", sem vínculo oficial com o Ministério da Saúde.

Relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL) criticou recentemente uma suposta falta de transparência do governo no acesso a documentos do Ministério da Saúde e reclamou de “informações contraditórias” sobre as visitas do empresário ao Palácio do Planalto.

Novas denúncias 

Também estaria na pauta de investigação da CPI uma possível negociação do Ministério da Saúde para a compra da vacina chinesa Convidecia. A aquisição teria o intermédio da empresa Belcher Farmacêutica, com sede em Maringá (PR), que agiu como representante local do laboratório CanSino Biologics.

A informação é de que um dos sócios da Belcher é filho de um empresário próximo ao deputado Ricardo Barros (PP-PR), ex-prefeito de Maringá. Na última sexta-feira (25), o deputado Luis Miranda  (DEM-DF) afirmou que o presidente Bolsonaro citou o nome de Barros como suposto mentor por trás das possíveis irregularidades na compra de outra vacina, a indiana Covaxin.

Da mesma forma, os senadores querem confirmar se empresários aliados do presidente Bolsonaro, entre eles Wizard e Hang, estariam agindo em favor das negociações para a cada compra da Convidecia, que seria comercializada a US$ 17 a unidade, totalizando 60 milhões de doses.

(*) Com informações da Agência Senado

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