Crianças e adolescentes em sintonia com o desafio do sopro

Margarida Hallacoc - Do Hoje em Dia
01/01/2013 às 08:30.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:12
 (CAPP/Divulgação)

(CAPP/Divulgação)

Chegar em 2013 cantando e dominando instrumentos de sopro como clarineta, flauta transversal, trompete e contrabaixo. Esse é o propósito que une crianças e adolescentes carentes do Centro de Aprendizagem Pró-menor de Passos (CAPP).

O desafio não é nada fácil para quem vem de realidades difíceis como as vividas por estes garotos, mas também não espanta. Eles estão decididos e dispostos a formar uma banda de sopro em 2013. As aulas acontecem lá mesmo na entidade, que recebe meninos de vários bairros.

Muitas dessas crianças vivem um contexto de violência e todas conhecem uma história triste de algum menino mais velho que está preso ou foi morto na briga pela disputa do tráfico de drogas na cidade. Motivo mais que de sobra para tentar e fazer diferente.

O nome do projeto “Jovens em Sinfonia” foi sugerido por eles mesmos, e talvez simbolize o esforço coletivo para que o futuro venha com outro tom, com som de música em vez de tiros.

O projeto tem a parceria da banda do 12º Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais e recebeu recursos da Cemig, por meio do Fundo da Infância e Adolescência (FIA).

 

O “Jovens em Sinfonia” conta com o apoio de diversos voluntários para dar certo (FOTO: CAPP/Divulgação)

 

Também tem a boa vontade de entusiastas como os soldados Sharle Ailton Leite e Lucas Franciele Gonçalves, que dedicam parte do seu tempo a ajudar estes meninos a seguir adiante. Dia após dia, lá estão eles ensinando notas, ajudando as crianças a educar o ouvido e a medir o quanto de fôlego devem prender ou soltar na hora de fazer o instrumento “falar”.


Inclusão social

“Nossa função aqui é transmitir conhecimentos musicais, transformando a cultura e a arte em instrumento de inclusão social”, disse Ailton. Ele sabe que das aulas de noção de ritmo e musicalidade se constrói, na verdade, uma nova identidade cultural, sedimentada com novos valores.

“Nossa parte, estamos fazendo. O esforço, tanto nosso, na função de professores, quanto da direção do CAPP é sobretudo para se criar, aqui, um ambiente estimulante, que ajude a desenvolver nesses meninos uma autoestima melhor, com mais valorização pessoal, com disciplina e capacidade de trabalho em equipe. São valores que a gente espera que sejam úteis para a vida de cada um deles”, afirmou.
 
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